Greve: médicos encontram-se com a oposição

O Partido Socialista entende os motivos da greve promovida pelas organizações representativas dos médicos e está preocupado com as consequências que daí advirão, uma posição sentida pela Ordem, que esta quarta-feira foi recebida pela oposição parlamentar.

Este encontro foi uma iniciativa do PS, a que se juntaram todos os outros partidos da oposição, depois de o PSD e o CDS terem chumbado o agendamento para esta quarta-feira da audição dos representantes dos médicos, a propósito da greve convocada para os dias 11 e 12.

No final da reunião, em que estiveram presentes o bastonário da Ordem dos Médicos, o Sindicato Independente dos Médicos e a Federação Nacional dos Médicos, António Serrano considerou que esta foi uma oportunidade de ouvir as preocupações que levaram à convocação de greve.

Sublinhando que uma paralisação é sempre penalizante para a sociedade portuguesa, o deputado socialista compreendeu no entanto os motivos daqueles profissionais, que receiam ter as suas carreiras postas em causa e desvalorizadas.

Na opinião de António Serrano, o concurso para contratação de médicos lançado pelo Ministério da Saúde arrisca-se a transformar-se noutro episódio como «o que se passou com os enfermeiros».

«Estamos muito preocupados e, por isso, apelamos a que haja uma negociação séria. Sabemos como vai começar, mas não como vai terminar», disse, salvaguardando contudo o trabalho extraordinário feito pelos sindicatos no sentido de informar a população.

Por seu lado, o bastonário da Ordem dos Médicos disse: «Estamos do lado da solução e não do problema», revelando que encontrou nos deputados da oposição compreensão para os motivos que estão na origem da greve.