Greve: sindicatos denunciam pressões aos trabalhadores - TVI

Greve: sindicatos denunciam pressões aos trabalhadores

O Secretário-geral da UGT, João Proença

João Proença dá o exemplo da CP

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O secretário-geral da UGT, João Proença, disse esta segunda-feira que existem pressões para obrigar os trabalhadores a não fazerem greve, nomeadamente na CP, e reconheceu que existe algum receio nalgumas empresas, em especial no sector empresarial do Estado.

«As pressões existem e num país com a terceira maior precariedade laboral da Europa, eventualmente atrás da Polónia e de Espanha, é evidente que há muitos trabalhadores que receiam fazer greve e há muitas maneiras de fazer pressões, incluindo em empresas do sector empresarial do Estado», disse.

João Proença falava em Lisboa no final de uma reunião com confederações sindicais europeias, na qual esteve também presente o secretário-geral da CGTP, Carvalho da Silva, e o secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos (CES), John Monks.

Questionado sobre pressões junto dos trabalhadores para não fazerem greve, o secretário-geral da UGT deu como exemplo a CP, indicando que esta tem enviado cartas com assinatura ilegível a indicar que os trabalhadores são obrigados a trabalhar.

Relativamente a uma eventual requisição civil do Governo para o sector dos transportes, João Proença relembrou que já houve um caso em que os trabalhadores desobedeceram e ganharam depois a causa em tribunal.

Já no que respeita aos serviços mínimos, João Proença adiantou que, no caso da CP e da Soflusa, o que foi declarado não respeita o quadro imposto pelo Código do Trabalho, que indica claramente que aqueles só são válidos no caso de serviços sociais impreteríveis e em que estejam em causa a saúde e a segurança das pessoas e os bens perecíveis.

Carvalho da Silva sustentou esta afirmação, indicando que a generalidade das empresas não tem que fazer serviços em termos de percentagem de ocupação e que em Portugal nunca houve problemas em sectores abrangidos pelos serviços mínimos, sendo garantida, por exemplo, a prestação de cuidados de saúde.

Os secretários-gerais das duas centrais sindicais estão convictos de que a greve geral de quarta-feira terá grande adesão. «Posso afirmar que estamos a fazer uma grande mobilização e que há um extraordinário acolhimento à mensagem da greve e uma disposição enorme dos trabalhadores para participarem na greve. Vamos ter uma grande greve», estima Carvalho da Silva.
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