Greve nacional de enfermeiros a 20 e 21 de setembro - TVI

Greve nacional de enfermeiros a 20 e 21 de setembro

  • Atualizada às 21:34
  • 22 ago 2018, 15:56

Sindicatos anunciaram paralisação. Ordem apoia greve, mas ainda acredita em acordo com o governo

Os sindicatos de enfermeiros marcaram esta quarta-feira uma greve nacional para 20 e 21 de setembro, na sequência de uma reunião com a UGT e contra a falta de propostas do Governo para a carreira.

Os seis sindicatos tinham uma reunião marcada para hoje para analisar a contraproposta do Governo, mas, à falta do documento, o encontro serviu para concertar formas de luta, apesar de não terem estado presentes os dois sindicatos que compõem a Federação Nacional dos Sindicatos de Enfermagem (Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem).

A greve foi convocada por todos os sindicatos de enfermeiros: Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, Sindicato dos Enfermeiros, Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem, Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal, Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros e Sindicato dos Enfermeiros da Região Autónoma da Madeira.

Numa conferência de imprensa, os sindicatos salientaram o facto inédito de todos terem chegado a um consenso no sentido de decretar formas de luta. “Os enfermeiros estão unidos e isso é que é importante que fique claro”, disse o presidente do Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (SINDEPOR), Carlos Ramalho.

E lembraram que o Governo assinou com os sindicatos protocolos negociais para a revisão da carreira de enfermagem, mas que, até agora, não apresentou qualquer proposta.

Lúcia Leite, presidente da Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE), disse que falta há vários anos uma “carreira digna” aos enfermeiros.

Definimos um plano de greves até meados de outubro e estamos dispostos a decretá-las todas, ou suspender caso o Governo responda entretanto”, disse Lúcia Leite, acrescentando que os sindicatos só vão parar quando obtiverem “os resultados que estão à espera”.

Apesar de haver algumas diferenças nas reivindicações de cada estrutura, os sindicatos têm uma série de propostas que são comuns a todos, como explicou aos jornalistas o presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, José Carlos Martins.

Em resumo, os sindicatos querem que o salário mínimo para os enfermeiros se situe nos 1.600 euros mensais, que esteja contemplada a perspetiva de se chegar ao topo da carreira técnica superior, que não haja deterioração de salários, que se valorize o trabalho especializado e que se crie uma categoria na área da gestão.

E depois, disse também o responsável, os enfermeiros não podem continuar a trabalhar até aos 66 anos, pelo que devem “ser criadas condições de acesso à aposentação melhores do que no regime geral”.

Atualmente, disseram os sindicatos, muitos enfermeiros ganham pouco mais de mil euros, muitos deles sem atualização salarial há 20 anos.

Ordem apoia greve

A Ordem dos Enfermeiros (OE) apoia a greve convocada pelos sindicatos do setor, mas acredita que essas estruturas e o governo se vão entender entretanto, disse à Lusa a bastonária da Ordem, Ana Rita Cavaco.

Os seis sindicatos estiveram hoje reunidos com Ana Rita Cavaco e os seis, disse a responsável, se por um lado estão decididos a fazer a greve também estão disponíveis para uma “mesa negocial” com o Ministério da Saúde, que é o que a OE defende.

Uma mesa negocial torna o processo muito mais fácil, o que queremos é que o processo de revisão da carreira seja célere”, disse Ana Rita Cavaco, acrescentando que a OE apoia a greve mas também está convicta de que ela não se vai realizar porque o ministro da Saúde “vai apresentar uma proposta”.

Após uma longa reunião com a seis estruturas sindicais, a bastonária reforçou, em declarações à Lusa, “que o interesse da OE era perceber se os seis sindicatos estão disponíveis para uma negociação conjunta e os seis disseram que estão disponíveis”, disse Ana Rita Cavaco, salientando que assim o governo os pode convocar a todos em simultâneo.

A OE pediu aos sindicatos para que não se esqueçam dos que estão nos privados e no setor social”, disse também a bastonária à Lusa.

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