Trabalhadores dos CTT manifestam-se no Ministério das Finanças - TVI

Trabalhadores dos CTT manifestam-se no Ministério das Finanças

Greve dos funcionários dos CTT (José Sena Goulão/Lusa)

Protestam contra o congelamento de salários e a intenção de privatizar a empresa

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Várias dezenas de trabalhadores dos CTT manifestaram-se esta terça-feira diante do Ministério das Finanças em Lisboa contra o congelamento de salários nos Correios de Portugal e a intenção do Governo em privatizar a empresa, noticia a Lusa.

O secretário geral do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações (SNTCT), Vítor Narciso, foi o portador de uma carta dirigida ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, onde se refere que os CTT deram 50,6 milhões de euros de lucro e que o accionista Estado recebeu 21,3 milhões de euros de dividendos.

«Os trabalhadores dos CTT querem ver os seus salários actualizados desde Abril de 2009, porque não querem ver diminuído o seu salário real. Estamos certos que Vossa Excelência desobrigará a administração dos CTT do compromisso de tentar impor o congelamento salarial», diz a mensagem a Teixeira dos Santos.

Discursando perante os trabalhadores, vindos de diversas zonas do país, Vítor Narciso criticou o Governo por impor o congelamento dos salários dos trabalhadores dos CTT, ao mesmo tempo que autoriza, em empresas onde o Estado tem capital, «o pagamento de milhões de euros a administradores, como sucedeu no caso António Mexia (EDP)».

Segundo o dirigente sindical, os milhões que foram pagos a António Mexia, «com a conivência do Estado, dava para dar 3,5 por cento de aumento aos trabalhadores dos CTT em 2010». Enfatizou que, pela primeira vez, desde a Revolução de Abril os trabalhadores dos CTT estão em risco de não terem este ano aumentos salariais.

Vítor Narciso alertou que a privatização dos CTT - serviço público «rentável» e que «dá lucro» - é outro motivo da «revolta» dos trabalhadores, que vê assim ameaçados os seus direitos e regalias no futuro.

Nas palavras do dirigente sindical, há uma «estratégia de destruição do serviço público e dos CTT, que é o mais antigo em Portugal».

Juntaram-se à manifestação os deputados Bruno Dias (PCP) e Francisco Louçã (Bloco de Esquerda), sendo intenção dos trabalhadores entregar idêntica carta ao ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, António Mendonça.

O SNTCT estimou hoje à adesão à greve em 81 por cento, enfatizando que o protesto contra o congelamento salarial é um «êxito».
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