Secretário-geral da ONU diz que dia mundial é "justo reconhecimento" da língua portuguesa - TVI

Secretário-geral da ONU diz que dia mundial é "justo reconhecimento" da língua portuguesa

  • .
  • RL
  • 5 mai 2020, 12:17
António Guterres

UNESCO declarou, em novembro do ano passado, o 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, mediante proposta de todos os países lusófonos apoiada por mais 24 Estados

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, considerou a proclamação pela UNESCO do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se assinala esta terça-feira pela primeira vez, como “um justo reconhecimento” da relevância global do idioma. 

“ proclamação do 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa é o justo reconhecimento da sua relevância global” disse António Guterres, numa mensagem alusiva à data.

O ex-primeiro-ministro português foi uma das personalidades lusófonas que participou na cerimónia ‘online’ que hoje assinalou o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, juntando-se a mais de duas dezenas de personalidades lusófonas da política, letras, música ou desporto.

O secretário-geral das Nações Unidas destacou a diversidade e multiculturalidade da língua portuguesa, considerando que esta se enriquece "no dia-a-dia de vários povos de todos os continentes”. 

Assumindo um papel fundamental na mobilização do conhecimento, com uma presença cada vez mais visível em diversas facetas culturais, adicionando valor nas dinâmicas globais da economia, da ciência e das parcerias internacionais, o português é efetivamente uma língua de comunicação global”, disse.

Recordando que, enquanto primeiro-ministro de Portugal, foi um dos fundadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), António Guterres considerou que a “comunidade que se tem aprofundado e fortalecido”, congregando um número cada vez maior de observadores associados.

A CPLP é também a comunidade das pontes de língua portuguesa. Estou seguro que estas pontes continuaram a ser moldadas nos […] valores do multilateralismo efetivo e que o futuro da língua portuguesa continuará a ser moldado pela diversidade de todas as suas vozes”, disse.

Marcelo diz que força da língua portuguesa é feita do génio de todos os povos lusófonos

O Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, disse que a “força comum” da língua portuguesa é feita do génio de todos os povos lusófonos e de ser uma língua de "futuro, viva e diversa”. 

Numa mensagem, a propósito do Dia Mundial da Língua Portuguesa, que hoje se assinala, Marcelo Rebelo de Sousa sustentou que a força da “nossa língua comum” é feita do “génio de angolanos, brasileiros, cabo-verdianos, guineenses, moçambicanos, são-tomenses e portugueses, falando há séculos em casa e nas diásporas”.

O chefe de Estado português evocou, neste contexto, grandes nomes das letras da lusofonia, de Camões (Portugal) a Craveirinha (Moçambique), de Jorge Amado (Brasil) a Helder Proença (Guiné-Bissau), de Pepetela (Angola) a Germano Almeida (Cabo Verde), de Fernando Silvan (Timor-Leste) a Alda Espírito Santo (São Tomé e Príncipe).

Marcelo Rebelo de Sousa foi uma das personalidades lusófonas que participou na cerimónia ‘online’ que hoje assinalou o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, juntando mais de duas dezenas de personalidades lusófonas da política, letras, música ou desporto.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) oficializou a data no ano passado, mas desde 2009, que era comemorado, a 05 de maio, o Dia da Língua e da Cultura Portuguesa, instituído pela CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

O chefe de Estado português sublinhou também o potencial de futuro da língua portuguesa, bem como a sua diversidade e dispersão geográfica.

O génio de ser uma língua de futuro, viva, diversa na unidade, que muda no tempo e no espaço, continuando a ser a mesma no essencial”, disse.

Na mensagem, Marcelo Rebelo de Sousa enviou ainda “um abraço muito forte” e “em português” a todos os lusófonos num tempo em que é preciso união “perante um vírus, um inimigo comum”, numa alusão à pandemia da covid-19.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) declarou, em novembro do ano passado, 05 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, mediante proposta de todos os países lusófonos apoiada por mais 24 Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou Uruguai.

O português é falado por mais de 260 milhões de pessoas nos cinco continentes, ou seja, 3,7% da população mundial.

É língua oficial dos nove países-membros da CPLP (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste) e Macau, bem como língua de trabalho ou oficial de um conjunto de organizações internacionais como a União Europeia, União Africana ou o Mercosul.

UNESCO destaca português como "língua de criatividade"

A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, assinalou o Dia Mundial da Língua Portuguesa numa mensagem vídeo em que destaca o português como "uma língua de criatividade", mas também de inovação e ciência.

Na UNESCO sabemos que esta é uma língua de criatividade, de música, do fado à morna, passando pelos poetas da Bossa Nova. Uma língua de literatura, de cinema, de património, mas também uma língua de ciência, de inovação, de pedagogia, de mar e oceanos", afirmou Audrey Azoulay.

A mensagem vídeo de pouco mais de um minuto foi divulgada no site oficial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), juntamente com a mensagem de António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas.

A diretora desta organização, sediada em Paris, destacou ainda os poetas Rui Knopfli e Fernando Pessoa, arriscando mesmo algumas palavras na língua de Camões.

Continue a ler esta notícia