Gripe A: efectividade da vacina foi de 72 por cento - TVI

Gripe A: efectividade da vacina foi de 72 por cento

Vacina H1N1

Estudo foi realizado em sete países, entre eles Portugal

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Um estudo realizado em sete países europeus, incluindo Portugal, revelou que a efectividade da vacina contra a gripe A (H1N1) foi de cerca de 72 por cento, o que representa uma «boa protecção», segundo disse à Lusa o epidemiologista Baltazar Nunes.

Financiado pelo Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC), o Estudo Caso-Controlo Multicêntrico Monitorização da Efectividade da Vacina da Gripe na Europa (I-MOVE) 2009/2010 tem como objectivo estimar a efectividade das vacinas, contra a gripe pandémica e sazonal, na prevenção de casos de síndroma gripal.

O estudo refere «uma boa protecção da vacina pandémica monovalente na prevenção de casos de pH1N1 que recorreram a uma consulta médica e a inexistência de efeito da vacina sazonal 2009/10».

A investigação é baseada em redes sentinela de médicos de clínica geral de sete países da União Europeia. «Nós recrutamos médicos de família que têm indicação para todas as semanas colherem os primeiros dois casos de síndroma gripal que surgem na sua consulta», explicou à agência Lusa Baltazar Nunes.

Em 2010, foram colhidos perto de 250 casos, avançou o epidemiologista do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA).

Foram incluídos no estudo os doentes com síndroma gripal com mais de 14 dias entre o início da campanha de vacinação nacional e o início de sintomas de gripe.

Os casos de gripe A foram comparados com os de síndroma gripal cujo resultado laboratorial foi negativo para influenza. Considerou-se que um doente estava vacinado se o tempo decorrido entre a data da administração da vacina e o início de sintomas tivesse sido superior a 14 dias.

Sobre a efectividade da vacina pandémica, os resultados apontam que foi de cerca de 72 por cento. «Quer dizer que os indivíduos que não estão vacinados, se o fizessem, viam o seu risco de ter gripe reduzido em 60 por cento», disse o epidemiologista.

Apesar de a vacina pandémica ter sido colocada no mercado em 2010 em tempo recorde e já quase no pico da epidemia, ainda «permitiu que as pessoas vacinadas tivessem uma boa protecção contra a gripe A», frisou.

No entanto, a sua disponibilidade tardia e a subsequente baixa cobertura não permitiram o estudo do benefício da vacina durante o período epidémico.

«Do ponto de vista metodológico, o que aconteceu foi que, quando começámos a colher casos para o estudo já a epidemia estava num estado avançado, o que levou a que colhêssemos menos casos do que seria desejável para o estudo», explicou Baltazar Nunes.

Este ano a epidemia está a ser caracterizada por duas fases: houve uma primeira fase em que o vírus predominante foi o influenza B, mas na primeira semana de Janeiro houve uma mudança e começou a predominar o A.

A nível da intensidade da epidemia, a taxa de incidência calculada com base na rede sentinela, encontra-se num nível moderado. No ano passado, a taxa de incidência atingiu um nível elevado (quando está acima de 120 casos por 100 mil habitantes), na semana anterior estava em 109 casos/100 mil habitantes.

Desde o início da época gripal morreram sete pessoas em Portugal com gripe A. Baltazar Nunes ressalvou que «todos os anos a gripe provoca complicações nos doentes crónicos e idosos que pode levar à morte» e reiterou a importância da vacinação.

A efectividade da nova vacina trivalente para a época 2010/2011 também irá ser alvo de estudo.
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