Gripe A: ministra alerta para «comportamentos anti-sociais» - TVI

Gripe A: ministra alerta para «comportamentos anti-sociais»

«Contagiaram a minha filha, vou contagiar as outras também», disse uma mãe, segundo relata Ana Jorge

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A ministra da Saúde denunciou esta segunda-feira «comportamentos anti-sociais» relacionados coma propagação do vírus da gripe A em Portugal. Em causa, estão alguns casos de recusa de colocação de máscara nas unidades de saúde e também a intenção explícita de «mães» com crianças infectadas (ou com suspeita de infecção) em contagiar outras crianças.

Ana Jorge foi mais longe e referiu o caso de uma mãe que numa unidade de saúde terá dito: «Contagiaram a minha filha, vou contagiar as outras também». A ministra condena estes comportamentos e ressalva que são atitudes que contrariam claramente as instruções dadas pelas autoridades de saúde.

«Conter o vírus»

«É um problema que nos afecta a todos. A maioria dos casos são benignos, mas não nos podemos esquecer que têm havido casos graves», lembra a ministra da Saúde que reforça o apelo para um comportamento cívico, admitindo, porém, que pouco há a fazer contra estes comportamentos, uma vez que «não podemos ser polícias, não podemos prender as pessoas».

A ministra realça ainda que apesar do número crescente de casos em Portugal, nas últimas 24 horas foram confirmados 53 novos casos, o objectivo é conter a propagação do vírus. «Quanto mais tarde for a disseminação, melhor».

Esta segunda-feira, duas creches foram fechadas para evitar a propagação do vírus , uma vez que num dos infantários, em Lagoa, Algarve, foram detectadas nove crianças infectadas, em Alenquer outras quatro crianças têm gripe A e em Armação de Pêra há um novo caso, também numa creche que, no entanto, ainda não está encerrada, estando as autoridades a avaliar a situação.

Mulher em estado grave não teria gripe A

Em relação ao caso da mulher de 30 anos internada no hospital de São João e à possibilidade de erro de diagnóstico, tendo em conta que a doente só foi diagnosticada com gripe A depois de uma semana de deslocações ao centro de saúde, a ministra explicou que «é muito pouco provável» que os primeiros sintomas que levaram a mulher a procurar assistência tivessem origem no vírus H1N1.

Dos 53 novos casos confirmados esta segunda-feira, 34 correspondem a homens e 19 a mulheres, sendo que 32 casos são de contaminação secundária, seis de contaminação terciária e 15 importados». A faixa etária mais afectada é das 11 aos 20 anos. Eleva-se, assim, para 607, o número de infectados em Portugal. Neste momento, há nove pessoas hospitalizadas em Portugal, «sendo que a maioria deve ter alta nos próximos dias», adiantou ainda a ministra.

Estudo não se aplica a Portugal

Esta segunda-feira, foi também conhecido um estudo que revela que os anti-virais podem não fazer efeito em crianças. Ana Jorge adiantou que no Reino Unido o anti-viral, Tamiflu foi dado à população de forma indiscriminada, o que não acontece em Portugal e como tal as conclusões não podem ser extrapoladas para Portugal. A ministra relembra que o Tamiflu não deve ser tomado sem receita médica, precisamente, pelo perigo de que sejam desenvolvidas resistências.

Porém, a ministra reconheceu que o Tamiflu pode provocar efeitos secundários, como vómitos ou dores de cabeça. «Os antibióticos também e não deixamos de os receitar por isso».

Mais centros de atendimento

Para dar resposta ao crescente número de casos, Ana Jorge revelou que o ministério vai continuar com a abertura de serviços de atendimento à gripe.

Quanto às queixas que dão conta de que a Linha Saúde 24 não funcionou, a ministra diz que a linha já foi reforçada.

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