Notícia TVI: perícias da PJ comprovam que Rui Pinto é mesmo o autor do roubo dos e-mails do Benfica - TVI

Notícia TVI: perícias da PJ comprovam que Rui Pinto é mesmo o autor do roubo dos e-mails do Benfica

  • Henrique Machado
  • 30 jul 2019, 20:48

Resultado da análise aos computadores apreendidos na Hungria. Pirata informático é o responsável do blog Mercado de Benfica e terá ainda acedido aos e-mails de vários magistrados. Divulgou informações da PJ roubadas à diretora do DIAP de Lisboa

As perícias da Polícia Judiciária já demonstraram que o hacker Rui Pinto é mesmo o autor do roubo dos e-mails do Sport Lisboa e Benfica, apurou a TVI. Ficou provado através da análise aos computadores apreendidos na Hungria.

A TVI sabe que a PJ, nas perícias feitas aos computadores apreendidos ao hacker em Budapeste, já conseguiu mostrar que terá mesmo sido ele a aceder às milhares de mensagens de correio eletrónico trocadas por funcionários do Benfica, entre 2008 e 2017, colocando parte deles na esfera do Porto Canal, ligado ao FC Porto, e no blog Mercado de Benfica, onde foram revelados.

Na sequência dessa divulgação, recorde-se, foi aberto um processo-crime que continua a correr contra responsáveis do Benfica por alegada corrupção desportiva. Alguns dos e-mails continham conversas cifradas e consideradas suspeitas entre dirigentes encarnados e pessoas do meio da arbitragem.

Também foi no blog Mercado de Benfica que Rui Pinto depositou informações judiciais, que obteve através do acesso ilegítimo às caixas de correio eletrónico de altos magistrados, nomeadamente procuradores do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa que investigam crimes ligados ao futebol.

Um dos e-mails a que o pirata acedeu, sabe a TVI, é de Fernanda Pêgo, diretora do DIAP.

Foi divulgada na Internet uma informação de serviço da PJ que alertava a magistrada para suspeitas de corrupção na justiça. Dava conta de que funcionários judiciais estariam ao serviço de responsáveis do Benfica, passando-lhes informações de processos, o que deu origem ao caso e-Toupeira.

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A investigação está ainda a tentar apurar se Rui Pinto agiu sozinho e de livre iniciativa, ou se estava pago e ao serviço de rivais do clube da Luz.

Nesse sentido, está a ser feito todo o levantamento da vida financeira do hacker, nomeadamente para saber quem pagava a renda da casa em Budapeste e de que forma se sustentou ao longo dos últimos anos.

O hacker português foi detido em Budapeste e está em prisão preventiva em Lisboa.

O que a investigação da PJ agora descobriu só pode ter consequências penais quando as autoridades da Hungria confirmarem o pedido de alargamento do mandado de detenção europeu que o Ministério Público enviou há algumas semanas.

Só aí Rui Pinto poderá ser indiciado de crimes como acesso ilegítimo e interceção ilegítima, cujas molduras penais podem chegar aos cinco anos de cadeia.

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