Relatório aponta falhas no socorro ao acidente com helicóptero do INEM - TVI

Relatório aponta falhas no socorro ao acidente com helicóptero do INEM

Contacto com Força Aérea Portuguesa "tanto por parte da NAV Portugal como do CONOR (112), não foi efetuado com a necessária tempestividade, podendo ter comprometido o tempo de resposta dos meios de busca e salvamento". Proteção Civil revela fita do tempo

Houve falhas nas operações de socorro ao acidente com helicóptero do INEM. É o que aponta o relatório preliminar, conhecido esta terça-feira, e que já está disponível no site da Autoridade Nacional de Proteção Civil, que aponta erros à NAV Portugal, ao 112 e ao Comando Distrital de Operações de Socorro do Porto (ou seja, à própria Proteção Civil). O ministro da Administração Interna decidiu enviar à Procuradoria-Geral da República o documento, bem como ao primeiro-ministro, aos ministro da Defesa e do Planeamento e à ministra da Saúde. Eduardo Cabrita disse que o objetivo deste tipo de relatórios “é melhorar a capacidade de resposta das instituições”.

Entre as conclusões deste relatório preliminar, lê-se que "o contacto com o Rescue Cordination Center (RCC), da Força Aérea Portuguesa, para a identificação de um possível acidente com uma aeronave, tanto por parte da NAV Portugal como do CONOR (112), não foi efetuado com a necessária tempestividade, podendo ter comprometido o tempo de resposta dos meios de busca e salvamento".

De frisar que a Diretiva Operacional n. º4, da ANPC, determina que assim que haja conhecimento de um acidente com uma aeronave deve, em primeiro lugar, e o mais rápido possível, informar-se o Centro de Busca e Salvamento da Força Aérea.

O relatório acrescenta que "após o contacto de cidadãos, o CONOR (112) não alertou o CDOS do Porto, dando preferência ao despacho de meios das forças de segurança e não encetou diligências junto da ANPC para restringir a área de busca". 

Constata-se também que o CDOS do Porto, "segundo os registos de chamadas fornecidos pela RNSI, foi alvo de seis tentativas de contacto telefónico, sendo que apenas uma delas foi abandonada antes do atendimento".

Este relatório preliminar divulga a fita do tempo das operações de socorro:

Fita Tempo Conjugada_OC_Heli INEM ANEXO by TVI24 on Scribd

Veja também:

O relatório descreve ainda a zona onde se deu o acidente:

A área onde ocorreu o acidente caracteriza-se por uma orografia muito sinuosa, com desníveis cobertos por povoamentos florestais cerrados. Os destroços da aeronave foram encontrados a uma cota entre os 250 e os 350 metros".

Sobre as condições meteorológicas adversas, e tendo por base os dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera, "entre as 18:00 e as 24:00, pode constatar-se que a precipitação atingiu os 5mm em 12h, com vento de quadrante sudoeste até 20 km/h com rajadas que atingiram os 40 Km/h. Para além destes dois fatores, a visibilidade no local era reduzida".

A avaliação preliminar dos destroços indica que a queda da aeronave aconteceu na sequência da colisão com uma antena emissora existente na zona, segundo o gabinete que investiga acidentes aéreos.

O acidente causou quatro vítimas mortais, para além de danos materiais. As operações de socorro mobilizaram, no total, 219 operacionais e 79 veículos.

 

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