Investigadora portuguesa recebe prémio mundial - TVI

Investigadora portuguesa recebe prémio mundial

Laboratório

Vanessa Oliveira dá nova esperança aos hemofílicos

Uma investigadora portuguesa foi a única europeia entre os cinco cientistas distinguidos este ano com um prémio internacional pelo seu projecto para minimizar as dificuldades dos hemofílicos em estancar derrames de sangue.

«É uma honra enorme», disse Vanessa Oliveira à Lusa, reagindo ao anúncio do prémio que lhe concede 170 mil euros para desenvolver em Portugal o seu projecto de investigação nos próximos dois anos, através do galardão Early Career Bayer Hemophilia Award.

Se atingir os seus objectivos, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas com hemofilia - doença que se caracteriza pela dificuldade em estancar hemorragias sanguíneas - o projecto vai ainda permitir poupar verbas consideráveis ao Serviço Nacional de Saúde, já que os actuais tratamentos, apesar de pouco eficazes, «são caríssimos», disse a cientista.

Licenciada em bioquímica em Portugal, Vanessa Oliveira, 36 anos, doutorou-se em Imunologia no Reino Unido, tendo prosseguido o seu trabalho nessa área em Portugal, agora como bolseira de pós-doutoramento do Instituto de Medicina Molecular, onde vai desenvolver a sua investigação.

O projecto da investigadora propõe-se conseguir reunir as condições para que o organismo dos hemofílicos deixe de rejeitar a proteína Factor VIII que lhes é administrada, por não ser produzida pelo seu organismo, ao contrário do que sucede com as pessoas sem a deficiência.

Como o organismo dos hemofílicos desconhece aquela proteína, reage negativamente à sua administração, criando mecanismos e produzindo substâncias para a anular.

A sua investigação destina-se a criar proteínas e um ambiente favorável que diminuam a rejeição ao Factor VIII, aumentando a sua eficácia e melhorando a qualidade de vida dos hemofílicos.

Estimativas da Associação Portuguesa de Hemofilia apontam para a existência de mais de 700 pessoas afectadas pela doença no país.
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