Doenças do fígado levam à exclusão social

Guilherme Macedo, o presidente da Associação Portuguesa para o Estudo do Fígado, coordenador de um encontro sobre «Fígado e exclusão social» que se realiza na próxima sexta-feira no Porto, defendeu, esta quarta-feira, a elaboração de um plano nacional estratégico para as hepatites víricas.

«Isso é para nós uma prioridade porque os doentes com hepatites víricas têm muitos problemas que necessitam de ser bem equacionados e precisam de ter pelo menos um cuidado tão grande como, por exemplo, com as infecções por VIH», sublinhou.

Em declarações à Lusa, o especialista referiu que o objectivo é que se possa elaborar - no encontro sobre «Fígado e Exclusão Social» - um documento que funcione como «uma base de trabalho que permita avançar rapidamente com a elaboração de um plano nacional», frisou.

É também fundamental, sustentou, «uma melhor articulação entre os médicos de medicina geral e familiar e os hospitais» que «devem ter vias de acesso e de comunicação mais fáceis para que, de alguma maneira, seja mais rápido e mais fácil a orientação deste doentes para as consultas da especialidade».

«Quando falo dos colegas de medicina geral também falo nos institutos da droga e de toxicodependência», frisou.

Sobre o tema do encontro «Fígado e Exclusão Social», Guilherme Macedo salientou que «as doenças do fígado relacionam-se, de alguma maneira, com desvios comportamentais (álcool e uso de droga por via intravenosa) que são muitas vezes factores de exclusão social».

Foram convidados para participar na iniciativa o secretário de estado Adjunto e da Saúde, Manuel Pizarro, o Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, a secretária de estado para a Igualdade, Elza Pais, e o músico Zé Pedro, dos Xutos e Pontapés, entre outros.