«Existe uma cura e eu não sei do que estão à espera» - TVI

«Existe uma cura e eu não sei do que estão à espera»

Pedro Castro e José Carlos Saldanha, doentes de hepatite C, entrevistados no Jornal das 8, da TVI

Pedro Castro e José Carlos Saldanha são doentes de hepatite C, separados por um precioso medicamento que custa cerca de 48 mil euros. Enquanto Pedro já está a ser medicado com Sofusbuvir, José Carlos espera há um ano que o pedido para o seu tratamento seja aceite. 

No Jornal das 8, da TVI, José Carlos falou de uma «guerra» que tem travado para poder aceder a este tratamento e disse sentir-se numa «roleta russa».

«Não sou um doente imaginário, sou real. A guerra tem sido grande e o meu tempo de antena é muito curto. [...] Existe uma cura e eu não percebo do que estão à espera.»


O medicamento inovador tem uma taxa de sucesso na cura da doença de cerca de 90%. Mas o seu custo elevado, na ordem dos 48 mil euros, está a gerar vários apelos, quer de doentes, quer de profissionais de saúde que exigem que a tutela agilize as negociações com a indústria farmacêutica.

«Eu não tenho nada a ver com o preço da farmacêutica, não me parece que tenha de me preocupar com isso. Tenho de me preocupar com a minha vida e com a vida dos meus companheiros. E o Estado não toma uma atitude.»


Estima-se que apenas 50 pessoas estejam a tomar o medicamento Sofusbuvir, detido pelo laboratório Gilead Sciences. Pedro Castro é um dos doentes que toma o precioso comprimido. O tratamento começou há uma semana, mas o pedido tinha sido feito em julho. Em dezembro, descobriu que o pedido não tinha sequer saído do hospital.

«Em dezembro apercebi-me que o pedido não tinha saído do hospital. As manobras que são usadas é o que me entristece mais. É que os processos andam dentro do hospital de um lado para o outro e são devolvidos aos médicos com perguntas patéticas.»


Pedro acusou o Estado de ter abandonado os seus doentes e destacou a obrigação do governo em estabelecer negociações com o laboratório em causa.

«Todos os países da Europa estão a tratar os seus doentes. Portugal abandonou as negociações e não falava com os laboratórios. Apenas hoje retomou as negociações… Estão a morrer pessoas, isto não é admissível.»


 
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