No Jornal das 8, da TVI, José Carlos falou de uma «guerra» que tem travado para poder aceder a este tratamento e disse sentir-se numa «roleta russa».
«Não sou um doente imaginário, sou real. A guerra tem sido grande e o meu tempo de antena é muito curto. [...] Existe uma cura e eu não percebo do que estão à espera.»
O medicamento inovador tem uma taxa de sucesso na cura da doença de cerca de 90%. Mas o seu custo elevado, na ordem dos 48 mil euros, está a gerar vários apelos, quer de doentes, quer de profissionais de saúde que exigem que a tutela agilize as negociações com a indústria farmacêutica.
«Eu não tenho nada a ver com o preço da farmacêutica, não me parece que tenha de me preocupar com isso. Tenho de me preocupar com a minha vida e com a vida dos meus companheiros. E o Estado não toma uma atitude.»
Estima-se que apenas 50 pessoas estejam a tomar o medicamento Sofusbuvir, detido pelo laboratório Gilead Sciences. Pedro Castro é um dos doentes que toma o precioso comprimido. O tratamento começou há uma semana, mas o pedido tinha sido feito em julho. Em dezembro, descobriu que o pedido não tinha sequer saído do hospital.
«Em dezembro apercebi-me que o pedido não tinha saído do hospital. As manobras que são usadas é o que me entristece mais. É que os processos andam dentro do hospital de um lado para o outro e são devolvidos aos médicos com perguntas patéticas.»
Pedro acusou o Estado de ter abandonado os seus doentes e destacou a obrigação do governo em estabelecer negociações com o laboratório em causa.
«Todos os países da Europa estão a tratar os seus doentes. Portugal abandonou as negociações e não falava com os laboratórios. Apenas hoje retomou as negociações… Estão a morrer pessoas, isto não é admissível.»