Guineenses residentes em Portugal apelam à paz - TVI

Guineenses residentes em Portugal apelam à paz

Funeral do general Tagmé Na Waié

Preocupados com a estabilidade no seu país, guineenses prestam homenagem aos conterrâneos

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«Nós queremos a paz, o povo está cansado!» foi uma das principais palavras de ordem que cerca de 200 guineenses residentes em Portugal gritaram este domingo durante um desfile em Lisboa, onde homenagearam os que «sofreram» na história do país.

Organizada por um grupo de estudantes guineenses, a iniciativa começou com uma concentração na Praça do Rossio, sob o lema «Pela Guiné-Bissau, Pela Estabilidade e Pela Paz», adiantou a Agência Lusa.

Depois, subiram a Avenida da Liberdade em direcção ao Marquês de Pombal, gritando «Nós queremos a paz, o povo está cansado!» e «Diálogo Sim, Violência Não!», ao mesmo tempo que seguravam cartazes onde apelavam ao «entendimento e união», exigindo ainda «dignidade».

«Estou aqui para pedir paz para a minha terra. Fiquei muito decepcionada e indignada com o que se passou agora», disse Anércia Sanhá, de 38 anos, residente em Portugal há cinco.

Com um cartaz onde exigia «paz, estabilidade e diálogo», esta guineense afirmou-se um pouco menos preocupada do que há uns dias, já que os familiares que permanecem no país garantiram-lhe que «por agora, está tudo tranquilo».

Entre os manifestantes encontrava-se a cantora guineense Eneida Marta, de 36 anos, que disse sentir-se «envergonhada» com o que se passou no país há uma semana.

«Foi muito triste porque nada justifica tanta violência. É o momento de parar para reflectir e ter vergonha pelo que se passou. Estou aqui para continuar a defender o meu país e a minha gente», afirmou.

Chegadas ao Marquês de Pombal, as cerca de 200 pessoas realizaram um minuto de silêncio, «em memória de todos aqueles que sofreram ao longo da história» do país.

«Vivemos de forma triste estes últimos dias. Foi mais um período triste da história da Guiné-Bissau, como todos os outros que envolveram armas», disse Mamadou Baldé, do grupo de jovens estudantes guineenses que organizou a iniciativa.

O Chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Tagmé Na Waié, morreu na noite de 01 de Março num ataque à bomba contra o quartel-general do Estado-maior guineense.

Poucas horas depois, já na madrugada de segunda-feira, o presidente da Guiné-Bissau, João Bernardo "Nino" Vieira, foi morto num ataque perpetrado por militares contra a sua residência em Bissau.
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