Perto de 30 pessoas homenageiam em Évora PSP morto em atropelamento - TVI

Perto de 30 pessoas homenageiam em Évora PSP morto em atropelamento

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  • 14 dez 2020, 14:46
PSP

A homenagem, iniciada pouco depois das 13:00, na zona onde o agente da PSP foi atropelado no sábado à noite, acabando por morrer no hospital já no domingo, durou pouco mais de meia hora

Cerca de 30 pessoas, a maioria mulheres, concentraram-se esta segunda-feira no Rossio de São Brás, em Évora, para homenagear o agente da PSP atropelado mortalmente e que “deu a vida” para defender uma vítima de violência doméstica.

Estamos aqui para prestar a nossa homenagem ao agente que foi ontem assassinado e, por outro lado, porque é muito importante haver uma sensibilização para uma maior defesa das vítimas de violência doméstica”, disse a promotora da iniciativa, Ana Beatriz Cardoso.

A homenagem, iniciada pouco depois das 13:00, na zona onde o agente da PSP foi atropelado no sábado à noite, acabando por morrer no hospital já no domingo, durou pouco mais de meia hora e foi organizada pela Associação “Ser Mulher”, de Évora, juntando sobretudo mulheres, mas também alguns homens.

Junto do quiosque do Rossio de São Brás - onde já se encontravam vários ramos de flores e velas, algumas acesas, que têm vindo a ser colocados por familiares e amigos do PSP e outros habitantes da cidade -, os participantes da iniciativa também deixaram flores.

O agente da PSP, de 45 anos, morreu às 00:54 de domingo, no Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE), horas depois de ser atropelado por uma viatura que seria conduzida por um guarda prisional, de 52 anos, que fugiu e foi intercetado mais tarde pela GNR.

O agente não estava de serviço, no sábado à noite, mas abordou uma situação de violência doméstica que presenciou na rua, envolvendo alegadamente o guarda prisional e a respetiva companheira, e acabou por ser atropelado pelo suposto agressor.

Ana Beatriz Cardoso, da “Ser Mulher”, associação centrada na promoção e defesa dos direitos das mulheres, em especial das vítimas de violência doméstica, argumentou que, além da covid-19, existe “outra pandemia” no país.

É muito importante relembrar que, além da pandemia que nós estamos a viver, estamos a passar por uma outra pandemia, há muitos anos, que é precisamente o crime de violência doméstica”, afirmou.

Segundo a responsável, “lamentavelmente, continua a haver” em Portugal “uma impunidade” relativamente a muitos crimes de violência doméstica.

Na convocatória para a concentração desta segunda-feira, publicada na rede social Facebook, a associação convidava os interessados para participarem na iniciativa em honra do agente da PSP, que “deu a vida para defender uma mulher”.

Teve uma atuação muito brava” e “é lamentável este desfecho”, considerou Ana Beatriz Cardoso.

O agente da PSP que morreu “interveio para fazer cessar o crime em curso” de violência doméstica, em que o guarda prisional alegadamente “arrastou a mulher pelo chão e obrigou-a a entrar numa viatura”, mas, “ao tentar impedir a fuga do agressor, o polícia foi atropelado” e “arrastado cerca de 40 metros” pela viatura do suspeito, revelou o Comando Nacional da PSP.

O alegado homicida foi intercetado às 03:50 pela GNR, na freguesia de Ranholas, no concelho de Sintra (Lisboa), junto ao estabelecimento prisional local, onde trabalhava, revelou à Lusa fonte da guarda.

O caso está entregue à Polícia Judiciária e o suspeito é esta segunda-feira à tarde presente a um juiz de instrução criminal.

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