Homeopatas americanos dizem que conseguem curar autismo e prevenir sarampo - TVI

Homeopatas americanos dizem que conseguem curar autismo e prevenir sarampo

  • BC
  • 7 jun 2019, 21:44
Medicamentos (Reuters)

Pelo menos 200 homeopatas americanos praticam uma terapia alternativa a que chamaram "Cease", e que promete a cura do autismo, mas consiste apenas em administrar às crianças doses elevadas de vitamina C

A investigação é do jornal britânico The Guardian: pelo menos 200 homeopatas dos Estados Unidos garantem que conseguem curar o autismo e prevenir o sarampo em crianças com a aplicação de terapias alternativas.

Em causa está, sobretudo, uma terapia controversa batizada de "Cease" que, em tradução livre, seria "cessar", mas a palavra é acrónimo de "Complete Elimination of Autistic Spectrum Expression", ou seja, "eliminação completa da expressão do espectro do autismo". Esta terapia, segundo o Guardian, consiste em administrar às crianças doses elevadas de vitamina C, o que, alegadamente, repara os problemas causados pela vacinação.  A terapia é controversa porque, como tem sido amplamente divulgado, não existe qualquer ligação entre o autismo e a vacinação e não há uma cura para os problemas do espectro do autismo. 

Para além destas duas centenas de homeopatas que aplicam a "Cease", há cerca de 250 profissionais da área que têm promovido um "programa de educação imunológica" que garante construir imunidade natural contra doenças infecciosas, ainda que sem qualquer validade científica. Mais de duas mil crianças já terão sido sujeitas a este programa.

Numa altura em que se tem intensificado a propaganda anti-vacinas, os casos de sarampo têm subido para números recorde nos Estados Unidos: 1001 diagnósticos foram confirmados em mais de 20 estados só em 2019, um máximo dos últimos 25 anos.

O Guardian confrontou a autoridade para a saúde e alimentação dos EUA, que não quis comentar os dois programas específicos, mas disse em comunicado que já alertou para o uso de "produtos rotulados como homeopáticos porque estes não demonstraram oferecer benefícios clínicos no tratamento de doenças graves que coloquem a vida em risco, e também porque estes podem provocar problemas sérios". 

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