Póvoa de Varzim: homem que matou 4 pessoas diz não entender o que fez - TVI

Póvoa de Varzim: homem que matou 4 pessoas diz não entender o que fez

Póvoa de Varzim: matou quatro pessoas e ficou em silêncio em tribunal

"Não tenho nada que me possa defender, não posso voltar atrás, mas estou muito arrependido”, afirmou, sem demonstrar qualquer emoção

O homem que matou a tiro a ex-companheira, ex-sogros e ex-enteado, a 28 de abril de 2015, na Póvoa de Varzim, confessou esta terça-feira os crimes e disse “não conseguir entender como fez aquilo que fez”.

Não tenho nada que me possa defender, não posso voltar atrás, mas estou muito arrependido”, afirmou, sem demonstrar qualquer emoção, perante o coletivo de juízes do Tribunal de Matosinhos, no distrito do Porto.

De acordo com a acusação do Ministério Público, o arguido de 42 anos armou-se “com uma pistola e com um revólver carregados, assim como com várias munições de reserva, dirigiu-se à Rua Comendador Araújo, na Estela, Póvoa de Varzim, à casa onde a sua anterior companheira vivia com os pais, e abateu-os a tiro, bem como a um filho que aquela tinha de uma anterior relação”.

Ao arguido, em prisão preventiva desde o dia 29 de abril de 2015 – data em que foi detido na A3, em Valença, a dois quilómetros da fronteira espanhola, depois de se despistar – estão imputados quatro crimes de homicídio qualificado, três crimes de ameaça agravada, um crime de detenção de arma proibida e um crime de uso e porte de arma sob efeito de álcool.

As quatro mortes ocorreram na sequência de “conflitos com a posse de terrenos e o recebimento das respetivas rendas” entre o alegado homicida e uma das vítimas, adianta a acusação.

O homicida confesso explicou que no dia do crime foi ao café, que tinha ligação à casa da ex-companheira, “apenas” para falar com ela e lhe pedir que o pai retirasse uma queixa por ameaças apresentada na GNR da Póvoa de Varzim, tal como um cabo lhe havia dito.

Antes de ir ter com ela bebi meia garrafa de uísque para ganhar coragem porque sabia que o pai dela tinha uma caçadeira e como andava sempre a ameaçar-me de morte tinha medo do que me pudesse fazer”, contou.

E continuou: “ela enervou-se quando me viu e começou a gritar pelo pai e eu, como andava sempre com duas armas de defesa comigo entrei em pânico e disparei-lhe dois tiros à cabeça”.

O arguido relatou que, dado os seus problemas serem com o ex-sogro porque o andava sempre a ameaçar desde a separação, foi procura-lo por toda a casa, mas não o encontrou e, nesse momento, o filho e o ex-enteado intersetaram-no e pediram-lhe para parar, mas ele disparou contra a ex-sogra.

Após esse disparo, o ex-enteado conseguiu tirar-lhe uma das armas e as munições, mas tendo ele outra continuou pela casa à procura do ex-sogro e, segundo ele, viu uma pessoa a fugir e achou ser ele, disparando mais de três tiros, atingindo o ex-enteado por "engano".

Ao longo do relato, muito pormenorizado, o homicida admitiu que encontrou o ex-sogro escondido numa cave e atingiu-o mortalmente.

Além disso, o homicida confesso disse ter dado “mais tiros” ao ex-enteado e ex-sogra porque estavam “meios mortos” e a sofrer, tendo sido um “tiro misericordioso”.

Quando estava a sair da casa, o arguido reparou que a ex-mulher não estava no local onde a havia atingido, então foi procura-la e viu que ela estava escondida noutra divisão e “já meia morta” a tentar telefonar, atingindo-a com mais tiros.

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