Matou a mulher à facada porque «perdeu a cabeça» - TVI

Matou a mulher à facada porque «perdeu a cabeça»

Homem confessou crime no tribunal de Gaia

O homem acusado de matar a mulher à facada no Verão de 2010 confessou o homicídio ao tribunal de Gaia esta quinta-feira, justificando ter «perdido a cabeça» durante uma discussão conjugal.

José Manuel Batalha, 54 anos, está acusado dos crimes de homicídio qualificado, violência doméstica e maus-tratos. O advogado da família (assistente no processo) pediu a pena máxima para o arguido.

De acordo com a acusação do Ministério Público, lida esta quinta-feira em tribunal, o casamento do arguido com a vítima foi sempre pautado por discussões, ameaças, insultos e agressões.

Em 11 Julho de 2010, e depois de o arguido ter alegadamente agredido um dos três filhos do casal, a vítima saiu de casa.

Terá voltado quatro dias depois, acompanhada do filho e de uma amiga, para ir buscar alguns pertences, sendo alegadamente persuadida a deslocar-se a sós com o arguido para um anexo.

Foi então que José Manuel Batalha lhe terá desferido vários golpes de faca que causaram a sua morte.

Depois de golpear a mulher, o arguido terá saído de casa, dando a entender ao filho e à amiga que nada se tinha passado. Mais tarde acabaria por se entregar às autoridades.

Durante a sessão, o alegado homicida negou ter alguma vez agredido fisicamente a companheira durante o casamento, admitindo as discussões entre o casal, os insultos e a agressão ao filho menor.

Contou ainda como no dia 15 de Julho de 2010, e enquanto conversava com a mulher no anexo da habitação, esta o informou «que queria o divórcio».

«Começámos a discutir e perdi a cabeça. Foi quando segurei na faca e espetei-a», contou ao colectivo de juízes, negando ter premeditado o crime.

Como a primeira faca se partiu na mão da vítima, José Manuel Batalha admitiu ter pegado «noutra faca», com a qual desferiu mais golpes.

Também o filho do casal, que encontrou a mãe morta, contou ao tribunal como, durante o casamento, assistiu a episódios de insultos e ameaças do pai.

Para o Ministério Público, «não há dúvidas que o arguido perpetrou os factos da acusação», realçando a «insensibilidade e calma» perante o crime que cometeu.

A leitura do acórdão ficou marcada para 10 de Março pelas 9h30 no tribunal de Gaia.
Continue a ler esta notícia