Matou comerciante por não ter dinheiro para a renda - TVI

Matou comerciante por não ter dinheiro para a renda

Tribunal

Há seis arguidos no banco dos réus

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A arguida no caso do homicídio de um comerciante ocorrido há um ano em Barcelos garantiu esta terça-feira, em tribunal, que a intenção era apenas roubar, alegadamente para pagar a renda de casa.

Na primeira sessão do julgamento, no Tribunal de Barcelos, a arguida disse que o autor do disparo mortal foi o seu companheiro.

«Ele precisava de dinheiro para pagar a renda de casa», afirmou.

No banco dos réus estão também cinco homens, dois dos quais são o companheiro e o filho da arguida.

Cinco arguidos respondem pelo crime de homicídio e de roubo, além de diversos crimes relacionados com detenção de arma proibida.

O sexto arguido é apenas acusado de ocultação de cadáver.

A arguida, de 48 anos, garantiu que não conhecia a vítima, de 68, «de lado nenhum» e que nunca tinha estado com ela.

Acrescentou que o homem era «conhecido» da filha, na altura de 15 anos, admitindo mesmo que entre eles haveria «uma relação».

Face aos sinais de riqueza do comerciante, que andava sempre com muito ouro e com muito dinheiro, a arguida decidiu montar-lhe uma armadilha, «para o roubar», combinando com ele, telefonicamente, um encontro de cariz sexual num descampado em Palme, Barcelos.

Com ela levou quatro homens, entre os quais filho e companheiro, que, munidos de três armas de fogo, esperaram o comerciante e o intimaram a dar-lhes o dinheiro e o ouro que tinha consigo.

O comerciante terá recusado e virado costas, alegadamente para abandonar o local, mas o companheiro da mulher arguida deu-lhe um tiro a uma distância «de um metro», provocando-lhe a morte.

A arguida confessou que, por «ordem» do companheiro, foi ainda tirar o ouro que a vítima tinha consigo, designadamente um anel, um fio e um relógio.

Puseram-se todos em fuga e abandonaram o cadáver no local, mas dois, depois, retiraram o corpo do local do crime, levaram-no até Fragoso, ataram-no a uma viga de cimento e lançaram-no a uma lagoa.

O corpo viria a ser encontrado a 26 de setembro.

No processo, há escutas telefónicas em que a arguida diz que a Polícia Judiciária de Braga já sabia que tinha sido ela a mandar matar o empresário, mas em tribunal a mulher garantiu que foi um erro de expressão e que a ordem não partiu dela.

O companheiro, apontado como sendo o autor do disparo, escusou-se a prestar declarações.

Os restantes arguidos foram unânimes em afirmar que a intenção era «assustar» o arguido para o roubar.

O ouro roubado «rendeu» 1.800 euros aos arguidos, tendo alegadamente sido repartido em partes iguais por quatro deles.

A mulher garantiu que não ficou com nada.

Segundo a acusação, os arguidos terão também ficado com cerca de 500 euros da vítima, mas todos garantiram que nunca viram esse dinheiro.

O sexto arguido no processo é apenas acusado do crime de ocultação de cadáver, mas, em tribunal, garantiu que não teve nada a ver com o caso.

A família pede uma indemnização superior a 250 mil euros.

O julgamento prossegue na quarta-feira, com a audição de sete elementos da Polícia Judiciária, informa a Lusa.
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