Português admite ter estrangulado enteada espanhola - TVI

Português admite ter estrangulado enteada espanhola

Português admite homicídio em Espanha

Acusação pede pena máxima. Defesa quer pena de cinco anos, por homicídio com o atenuante de «obsessão»

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Um homem português, acusado de homicídio da enteada, no arquipélago espanhol das Canárias, admitiu o crime, confessando em tribunal que estrangulou a vítima e enterrou o corpo, em declarações que marcaram o arranque do seu julgamento.

Antonio Luis Ferreira Machado, 40 anos, é acusado de ter estrangulado a enteada, Yuliza Pérez, de 18 anos, tendo esta segunda-feira, e num interrogatório marcado por várias contradições, admitido que agarrou a vítima «pelo pescoço», apertando «um pouco» até que esta perdeu a consciência.

O Ministério Público pede para Ferreira Machado uma pena de 20 anos de cadeia e uma indemnização de 120 mil euros para Hilma Altagracia, mãe da jovem assassinada.

No seu depoimento no tribunal, o homem disse que a discussão com a enteada, que precedeu o crime, se deveu à oposição deste a que a jovem continuasse ligada às Testemunhas de Jeová.

Descrevendo o que ocorreu, a 7 de Novembro de 2007, o homem explicou que depois de estrangular a jovem a deixou no chão, saindo de casa e regressando depois, tendo transportado o corpo para o carro.

Explicou que não sabia se estava morta, mas que acabou por a enterrar, afirmando negar que lhe tenha tirado a roupa e a carteira e atado os braços e pernas, situação em que o corpo foi encontrado.

Na sessão desta segunda-feira, a primeira do julgamento, admitiu parte do que a acusação considera ser uma obsessão do arguido com a vítima, que este definiu como «bonita», recusando porém que a controlasse.

A própria defesa pede para o arguido uma pena de cinco anos de cadeia, por homicídio com o atenuante de «obsessão».

O arguido admitiu que depois de enterrar o corpo participou nas operações de busca da jovem, tendo fugido de casa depois do corpo ser encontrado e se saber que havia provas de ADN que o envolviam no crime.

A acusação particular no processo, que representa a mãe da vítima, descreve o homem como «um autêntico cínico», pedindo a pena máxima para o crime.

Recorde-se que o homem foi detido no dia 10 de Abril do ano passado, meses depois do corpo ter sido encontrado.

A acusação sustenta que Ferreira Machado estava «obcecado» com Yuliza, um comportamento que já tinha manifestado perante outras jovens da mesma idade.

Critica ainda a «frialdade com que agiu e continua a agir» pelo que «é merecedor do maior castigo que lhe possa ser dado». O acusado «não deu a mínima oportunidade à vítima de se defender».
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