Nas alegações finais do julgamento, o Ministério Público pediu uma pena de 14 a 15 anos, sustentando ter ficado provada a prática do crime.
A defesa pediu a pena mínima para o arguido, atendendo ao facto de este ter confessado o crime e manifestado arrependimento. E alegou que o homem, de 67 anos, não tinha premeditado o homicídio.
No início do julgamento, o arguido admitiu ter matado a mulher com golpes de faca de cozinha, mas disse estar arrependido e que não tinha intenção de tirar a vida.
"Estou muito arrependido, mas eu estava totalmente perdido e já não via nada à minha frente", afirmou, chorando perante o coletivo do Tribunal de Penafiel.
O sexagenário explicou o homicídio, praticado no dia 30 de agosto de 2014, na habitação do casal, como uma reação ao facto de a mulher, de 66 anos, lhe ter dito, pouco antes do incidente, que o traíra três vezes e que tinha intenção de o voltar a fazer.
"Revoltado", o homem pegou numa faca de cozinha e atingiu a mulher, que estava deitada numa cama, com vários golpes. Segundo o arguido, a vítima tentou fugir e, nesse momento, já fora da habitação, foi atingida nas costas por três golpes. Ao todo, segundo a acusação, foram desferidos 14 golpes.
"Fiquei cego", exclamou, como reporta a Lusa.
O suspeito acrescentou ao coletivo que gostava da mulher, com quem estava casado há 49 anos e com quem tivera cinco filhos, não suportando a ideia de poder perdê-la.