Violência desce 20% em Lisboa - TVI

Violência desce 20% em Lisboa

Operação da PSP contra tráfico de armas (Foto: Cláudia Lima da Costa)

Onda de crimes na capital não se reflecte nos números. Comandante de Lisboa explica que questão «não é policial», mas talvez «social». PSP faz rusga nas Olaias e apreende caneta que é uma arma e arromba casa por engano Pedófilo e violador detidos no Cacém

Relacionados
A criminalidade violenta na cidade de Lisboa diminuiu 20 por cento durante o ano de 2007, conforme adiantou ao PortugalDiário o comandante da PSP de Lisboa, o subintendente Guedes da Silva. Numa semana de particular violência, a polícia realizou uma rusga nas Olaias contra o tráfico de armas, mas rejeita que esta seja uma «operação de charme».

«A criminalidade violenta desceu 20 por cento em 2007, apesar de no último trimestre do ano ter existo um ligeiro aumento. No conjunto do ano prevaleceu o decréscimo», explicou o responsável. Desde o final de Fevereiro que a capital tem sido palco de uma sucessão de crimes violentos. Para o oficial responsável pela segurança dos lisboetas não se trata de uma «onda de violência». «Não é a questão policial que explica» os crimes, «talvez questões de ordem social», referiu.

Guedes da Silva adiantou ainda que o reforço de mais dois mil polícias, anunciado na manhã desta quarta-feira, pelo ministro da Administração Interna, Rui Pereira, é «bem recebido», mas esclarece que os reforços «nunca são suficientes».

Recorde-se que o Governo de José Sócrates, pela mão do ex-ministro, António Costa, tinha anunciando um congelamento dos cursos para a PSP e para a GNR. Hoje o Executivo voltou atrás na política para a segurança interna, anunciando a abertura de novos concursos.

Rusga nas Olaias

A PSP realizou na manhã de hoje, nas Olaias, uma operação de combate à posse e tráfico de armas ilegais. Foram detidos 11 indivíduos, todos de nacionalidade portuguesa, com idades entre os 20 e 25 anos, apreendidas 15 armas de fogo e mais de nove mil euros em dinheiro.

A polícia está a averiguar se alguma ou algumas das 11 pessoas que vão ser presentes quinta-feira ao juiz de instrução criminal estão de algum modo envolvidas na série de crimes que, nos últimos dias, causaram a morte a sete pessoas na região de Lisboa. Os detidos têm «ligações entre eles», no entanto, a PSP ainda não sabe em que crimes estes 11 jovens poderão estar implicados.

Entre o armamento apreendido, encontra-se uma carabina, cinco espingardas de 12 milímetros, cinco pistolas e dois revólveres, duas pistolas de alarme e oito réplicas de armas de fogo, além de 500 munições. Como particularidade, foi também apreendida uma caneta transformada em pistola de calibre 22.

Em declarações aos jornalistas, a comissária Paula Monteiro, porta-voz do comando, adiantou que as investigações já decorriam há quatro meses e recusou que as buscas de hoje sejam uma «operação de charme», em reacção à onda de violência e à polémica levantada em torno do fácil acesso às armas ilegais. «Não se trata de uma operação de charme trata-se do momento oportuno para fazer esta operação».

PSP arromba casa «por engano»

Nas buscas efectuadas esta quarta-feira, no cumprimento de 20 mandatos de busca, a PSP arrombou uma casa «por engano». A comissária Paula Monteiro admitiu que o arrombamento da habitação se deveu a um erro. «Sim, foi um engano, o que pode acontecer devido à perigosidade deste tipo de operações».

A porta-voz justificou o erro com a forte «mobilidade de um dos alvos» que se pretendiam deter. Paula Monteiro garantiu ainda que a PSP irá pagar todos os estragos provocados pelo arrombamento, que garantiu ser legal.
Continue a ler esta notícia

Relacionados