Funcionários de reinserção social fazem greve até final do ano - TVI

Funcionários de reinserção social fazem greve até final do ano

  • 20 abr 2017, 16:07
Nunca a pulseira eletrónica foi tão usada em Portugal

Paralisação às horas extraordinárias tem por objetivo o recrutamento de mais pessoal. Dizem haver falta de funcionários nos Centros de Menores e por vezes, não haver ninguém para vigiar pulseiras eletrónicas

Os profissionais de reinserção social em funções no sistema de vigilância eletrónica e nos centros educativos vão estar em greve às horas extraordinárias até ao final do ano, para exigir o recrutamento de mais trabalhadores.

Com início na sexta-feira, a greve, convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais, visa exigir a abertura de concursos para contratação de trabalhadores nestes dois setores e, assim, combater “o grave problema da falta de pessoal”.

Há uma falta de pessoal fortíssima” no Sistema Nacional de Vigilância Eletrónica e nos Centros Educativos de Menores que põe em causa o funcionamento dos serviços e impõe aos trabalhadores cargas diárias de dez e mais horas, disse à agência Lusa, o dirigente sindical, Artur Sequeira.

Segundo a federação sindical, “a falta crónica de pessoal” nestes serviços, “além de promover problemas de segurança para os trabalhadores e deficiente operacionalidade dos serviços, provoca uma desregulação dos horários de trabalho”, obrigando a alterações constantes no gozo dos dias de descanso e a modificações súbitas nas escalas de serviço.

Vigilância de pulseiras sem ninguém

Artur Sequeira alertou que há centros educativos, “onde estão jovens problemáticos”, que “não têm pessoal suficiente” para garantir o seu normal funcionamento, uma situação que também se passa com os funcionários que colocam as pulseiras eletrónicas nos arguidos e dão apoio às vítimas.

Há períodos de vigilância eletrónica que não têm lá nenhum trabalhador”, disse o sindicalista, advertindo que “a falta de pessoal gera problemas de segurança”.

A situação não é igual em todo o país, mas em nenhum centro educativo ou unidade de vigilância eletrónica se pode dizer com clareza que tem o número suficiente de trabalhadores para garantir - sem ter que recorrer a mexidas nos direitos dos trabalhadores - o funcionamento correto destes dois serviços”, frisou Artur Sequeira.

Os trabalhadores, dependentes da Direção-Geral de Reinserção s Serviços Prisionais, reclamam também a valorização da sua carreira profissional e melhores condições de trabalho, como a atribuição de equipamento individual e coletivo adequado às suas funções.

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