Governo promete "adequação" para heliportos hospitalares funcionarem à noite - TVI

Governo promete "adequação" para heliportos hospitalares funcionarem à noite

  • Notícia atualizada às 15:38
  • 15 jan 2019, 14:17

Em dez das 33 unidades hospitalares que têm instalações para receber helicópteros de emergência médica está proibida a aterragem de voos noturnos

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, assegura que serão feitas as adequações necessárias nos heliportos hospitalares para que possam funcionar à noite com todas as condições de segurança.

Esta promessa é feita na sequência da notícia da edição desta terça-feira do Jornal de Notícias, que adianta que em dez das 33 unidades hospitalares que têm instalações para receber helicópteros de emergência médica está proibida a aterragem de voos noturnos. Entre estes hospitais,está o Santa Maria, que tem de usar os aeroportos militares de Lisboa.

Em declarações aos jornalistas, à margem do evento O dia do Infarmed, Francisco Ramos afirmou que “cada situação é uma situação”, cita a Lusa.

Nem todas têm os mesmos contornos, há situações em que não faz sentido o heliporto estar disponível à noite, há situações em que será feita a devida adequação. Nos casos em que for preciso adequar as condições para que eles possam e devam funcionar à noite isso será naturalmente feito para respeitarmos todas as condições de segurança”.

Francisco Ramos disse que há seis meses foi helitransportado para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, na sequência de um acidente: “correu tudo muito bem, cheguei à noite a Santa Maria sem nenhum problema de segurança”.

O presidente do Hospital Santa Maria, por sua vez, disse entretanto não ter conhecimento de situações risco de vida ou sequelas nos doentes devido a desvios dos helicópteros do INEM por impedimento de aterrar no heliporto hospitalar à noite.

Nós temos uma confiança enorme na atuação do INEM, que é quem faz a derivação e quem toma a decisão do ponto de destino do helitransporte de emergência, e, seguramente, em casos de maior risco, esses doentes têm sido encaminhados para outros hospitais que têm as infraestruturas operacionais”, disse Carlos Martins, à margem do mesmo evento.

De acordo com o Jornal de Notícias, um terço dos heliportos hospitalares estão impedidos de receber voos noturnos de emergência médica por não cumprirem vários requisitos técnicos como a ausência de sinalização luminosa de auxílio à aterragem.

Os hospitais de Guimarães e Lamego, no distrito de Viseu, não têm certificação para qualquer voo.

A proibição foi imposta pela ANAC, entidade responsável pela certificação e fiscalização. Esta entidade esclareceu, ao final da tarde, que a operação noturna do heliporto do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, “não consta, nem nunca constou” do manual de operações, dizendo "não aceitar” que o hospital alegue esse desconhecimento.

No que diz respeito ao hospital de Guimarães, a ANAC, citada pelo jornal, adiantou que o heliporto "está fechado por não reunir condições para a operação” e em Lamego não terá sido solicitada a certificação.

A lista de heliportos que não permitem aterragens noturnas inclui ainda os hospitais Garcia de Horta, em Almada, de Santarém, de Tomar, dos Covões, em Coimbra, de Mirandela e o hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal.

Aos 33 heliportos hospitalares juntam-se mais 11 que recebem helicópteros de emergência médica que são propriedade de câmaras, bombeiros, Porto de Sines (um) e de privados (um).

Além da falta de sinalização, a ANAC adianta ainda que a proibição de voos à noite também se deve “à inspeção regular”.

Este cenário, segundo o JN, verifica-se há mais de duas décadas após o arranque do serviço de helicópteros de emergência médica.

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