Viseu passa a ter serviço de hospitalização domiciliária - TVI

Viseu passa a ter serviço de hospitalização domiciliária

  • 10 abr 2019, 15:37
Saúde (Foto Cláudia Lima da Costa)

Serviço arranca na segunda-feira e destina-se apenas a doentes que vivem até meia hora de distância do hospital

O Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV) vai ter, a partir de segunda-feira, um serviço de hospitalização domiciliária. Na prática, os doentes poderão ser tratados em casa com as mesmas condições que teriam numa enfermaria.

O novo serviço foi apresentado esta quarta-feira e vai arrancar com uma equipa de dois médicos e de seis enfermeiros, que poderão cuidar de seis doentes em casa.

O que está previsto é que, em cada semestre, haja um acréscimo de duas camas, até aos 15 doentes, que é o que está definido como número mínimo no decreto-lei. É para esse número que nós vamos caminhar".

O coordenador da equipa, José Roberto Silva, explicou ainda aos jornalistas que o objetivo é alcançar esse número “de uma forma segura, daí haver esta necessidade de um acréscimo de camas de forma faseada”.

Já a diretora clínica do hospital, Helena Pinho, admitiu que não foi fácil gerir os recursos humanos e que só foi possível com a ajuda do diretor do serviço de Medicina Interna.

Para abrirmos mais camas necessitaremos de contratar mais gente, porque não vamos poder diminuir o nível de cuidados que temos internamente só para criar a hospitalização domiciliária”.

O serviço de hospitalização domiciliária destina-se apenas a doentes que vivem até meia hora de distância do hospital, por questões de segurança, abrangendo apenas o concelho de Viseu: “Às vezes, o doente está muito bem e, de um momento para o outro, complica. Temos que ter um tempo ideal para lhe poder prestar cuidados sem que ele corra riscos. Para já são os 30 minutos do hospital que, por acaso, coincidem com o concelho de Viseu”, acrescentou Helena Pinho.

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José Roberto Silva explicou que, com este serviço, o doente poderá “estar no conforto da sua residência, mas com acesso e direito a todos os instrumentos, quer terapêuticos, quer de diagnóstico”, de um hospital. “Os doentes, quando estão internados no modelo que é o convencional, têm riscos”, lembrou o responsável, referindo “os quadros confusionais, as quedas, as infeções associadas aos hospitais e as perdas de função”, que muitos acabam por desenvolver após um internamento prolongado.

Segundo José Roberto Silva, “tratar no domicílio pressupõe estabilidade clínica do doente” e, por isso, numa primeira fase, os doentes terão de previamente estar 24 horas internados no hospital.

Helena Pinho frisou que o objetivo é conseguir “uma medicina mais centrada no doente”, que não lhe acarretará qualquer custo adicional.

A diretora clínica disse que, pelo menos para já, este serviço não será feito em lares. “Queremos mesmo fazer aquilo que nos propõe a norma, que é internar as pessoas na casa delas. Poderemos alargar aos lares mais tarde, mas fazer ao contrário é não apostarmos verdadeiramente no projeto, porque o projeto é mesmo levar o hospital à casa das pessoas”. 

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