Hospital de Santa Maria reconhece dívida elevada ao Instituto Português do Sangue - TVI

Hospital de Santa Maria reconhece dívida elevada ao Instituto Português do Sangue

  • JFP
  • 1 ago 2018, 11:58
Hospital de Santa Maria

A administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte garante que está a diminuir o ritmo de faturas em dívida

A administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte reconhece que a dívida ao Instituto Português do Sangue é elevada, mas garante que está a diminuir o ritmo de faturas em dívida e que nunca manipulou informação.

Segundo um relatório do Tribunal de Contas, hoje tornado público, no final de 2016 só o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN) tinha uma dívida de 37,8 milhões de euros ao Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), representando quase metade da dívida total das instituições do Estado ao instituto, “com conhecimento e tolerância do Ministério da Saúde”.

“Reconhecemos a dívida e o valor elevado desta dívida. Mas em momento algum subtraímos ou manipulámos informação e os valores sempre estiveram espelhados nas contas da instituição”, afirmou à agência Lusa Carlos Martins, presidente do CHLN, que integra os hospitais Santa Maria e Pulido Valente.

De acordo com o relatório do Tribunal de Contas, o CHLN “subtraiu dívidas ao IPST” na informação que prestou à Administração Central do Sistema de Saúde “com o propósito de não lhe serem deduzidos os montantes em dívida nos adiantamentos mensais aos contrato-programa”.

Quanto ao sistema (‘clearing house’) adotado para pagar dívidas ao IPST pelos hospitais e criticado pelo Tribunal de Contas, o administrador do Centro Hospitalar refere que era uma prática que “vinha desde o início” do CHLN.

Quando fomos alertados, em 2017, olhámos para a situação e alterámos esta prática. Em 2017, a taxa de cobertura das faturas emitidas pelo IPST foi de 87,5%, ou seja, pagámos a quase totalidade dos fornecimentos do IPST”, declarou Carlos Martins.

O administrador recorda que, em final de 2012, “herdou” uma dívida ao IPST de 26 milhões de euros. Apesar de a dívida chegar, em 2017, aos 38 milhões de euros, Carlos Martins garante que a foi diminuído em 54% o ritmo das faturas em dívida nos últimos cinco anos.

Segundo dados que forneceu à agência Lusa, entre 2008 e 2012, a dívida mensal acumulada ao IPST era de 5,2 milhões de euros, tendo sido reduzida para 2,4 milhões.

Atualmente, a dívida total está nos 34 milhões de euros, tendo portanto diminuído quatro milhões num semestre, salientou Carlos Martins, indicando que isto aconteceu “sem qualquer apoio externo ou injeção” de dinheiro.

Para o administrador do CHLN, há uma dívida por resolver ao IPST, como a outros fornecedores, e que constam de um plano de reequilíbrio financeiro já apresentado pela administração à tutela, mas ainda não aprovado.

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