Covid-19: profissionais do Santa Maria exaustos mas com "sentido de missão" - TVI

Covid-19: profissionais do Santa Maria exaustos mas com "sentido de missão"

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  • 9 dez 2020, 21:37
Covid-19 no Hospital de Santa Maria em Lisboa

Administrador do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte destaca heroísmo e resiliência dos profissionais de saúde, muitos dos quais em situação de exaustão

O presidente do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte destacou esta quarta-feira o “sentido de missão” dos profissionais da instituição no combate à pandemia da covid-19, muitos dos quais em situação de exaustão, mas sem “lamentações e queixas”.

Houve, durante este período, inúmeros profissionais que deram tudo de si, até aos limites. As pessoas fazem-no sem lamentações e queixas, mas sabemos que estão exaustos e cansados do período em que têm estado sob grande pressão. Isso é um sinal de que consideram que o seu trabalho está imbuído de um forte sentido de missão”, afirmou Daniel Ferro.

O administrador hospitalar falava num ‘webinar’ promovido pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, integrado na comemoração do 66.ºaniversário do Hospital de Santa Maria, em Lisboa.

Segundo Daniel Ferro, os resultados obtidos no combate à pandemia neste hospital devem-se, “em primeiro lugar, ao enorme profissionalismo das pessoas que integram este centro” hospitalar.

Os nossos colaboradores gostam de fazer as coisas bem e esta pandemia obrigou-nos a fazer as coisas bem”, referiu Daniel Ferro, salientando que a pandemia fez com que se reforçasse a “partilha intensa do conhecimento” e o trabalho de equipa que “vai ficar para o futuro”.

Para o diretor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, Fausto Pinto, a pandemia da covid-19 constitui um “desafio enorme” também nesta área de ensino, tendo em conta que foi necessário proceder à interrupção das aulas presenciais.

É um facto que, em 24 horas, foi montado um sistema de aulas remotas que permitiu manter algum tipo de formação nos vários anos do curso”, disse o médico Fausto Pinto, para quem estava em causa a necessidade de não “comprometer a formação de toda uma geração, daqueles que vão ser os futuros médicos”.

Neste debate participou também a presidente do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM), Maria do Carmo Fonseca, que realçou que a covid-19 colocou em evidência o trabalho de investigação científica na área clínica.

Foi muito óbvio, com esta pandemia, que temos de ser capazes de inovar. A inovação é um produto de um grande investimento, de um grande trabalho silencioso. De repente e quando é necessário, a sociedade vira-se para os cientistas e pede uma resposta. Os cientistas só podem responder se, de facto, tiveram tido anos árduos de trabalho”, disse.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.557.814 mortos resultantes de mais de 68,2 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 5.192 pessoas dos 332.073 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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