Doente foi transferido de Lisboa para Gaia por falta de microscópio - TVI

Doente foi transferido de Lisboa para Gaia por falta de microscópio

  • PP
  • 13 dez 2018, 18:31
Hospital (arquivo)

Centro Hospitalar de Lisboa Central vai comprar microscópio. Paciente com uma lesão grave numa mão, decorrente de um acidente com uma rebarbadora, foi enviado de Lisboa para Gaia por avaria do equipamento e por indisponibilidade de outros dois hospitais na capital

O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central afirmou hoje que deu indicações para a compra de um microscópio cirúrgico, depois de um doente vítima de um acidente de trabalho ter sido transferido do Hospital de São José para Gaia.

Um doente com uma lesão grave numa mão, decorrente de um acidente com uma rebarbadora, foi enviado de Lisboa para Gaia por avaria do equipamento e por indisponibilidade de outros dois hospitais na capital.

Questionado pela agência Lusa, o conselho de administração do Centro Hospital disse que, tendo tomado conhecimento da inviabilidade de reparação do microscópio cirúrgico, deu “de imediato” indicações para o início do processo de aquisição de um novo equipamento.

O Centro Hospitalar “tem em curso medidas para uma célere disponibilização do novo equipamento (microscópio cirúrgico)”, lê-se na resposta enviada à Lusa.

De acordo com a mesma fonte, o doente foi transferido para o Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho durante a noite, “em articulação com a equipa cirúrgica de Cirurgia Plástica do hospital de destino”.

A administração justifica ainda que as transferências do tipo de doentes em causa, quando necessárias, são “equacionadas entre hospitais com serviços de urgência de Cirurgia Plástica idóneos e com a capacidade de resposta que a complexidade da situação clínica exige”.

Segundo documentos a que a Lusa teve acesso, o caso aconteceu na quarta-feira com um homem de 38 anos, com um trauma grave na mão direita, que necessitava de cirurgia.

O homem foi enviado do hospital de Setúbal para o hospital de São José, onde deu entrada cerca das 18:00.

A equipa de cirurgia plástica e reconstrutiva considerou que “dada a avaria do microscópio CPR e necessidade de meios de grande ampliação para sucesso cirúrgico” não existiu “capacidade para intervenção” no hospital S. José, “à semelhança [do que aconteceu] nesta semana e semanas anteriores”.

De acordo com os documentos a que a Lusa teve acesso, o caso foi discutido com o chefe de equipa de urgência e com a direção clínica e foi decidida a transferência do doente “para outra instituição com capacidade para a intervenção”.

O hospital de S. José tentou transferir o doente para o hospital de Santa Maria (Centro Hospitalar Lisboa Norte), que recusou. Depois, foi feita nova tentativa para o Centro Hospitalar Lisboa Ocidental (hospital S. Francisco Xavier), mas esta unidade tinha uma intervenção a decorrer e não pôde também receber o doente.

Pelas 21:00, três horas depois de ter dado entrada em S. José, o serviço de cirurgia plástica e reconstrutiva de Vila Nova de Gaia aceitou receber o doente.

O processo indica que a alta foi decidida às 22:35, ou seja, quatro horas depois de ter dado entrada em S. José, tendo sido determinada a transferência para Gaia.

Segundo disse à agência um profissional de saúde do hospital de Vila Nova de Gaia, o paciente acabou por entrar no bloco operatório em Gaia já depois das 07:00 de hoje.

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