Maternidade virtual testada nos Hospitais de Coimbra

Uma maternidade virtual, onde serão recriadas situações críticas e raras em obstetrícia, é testada sábado no Centro de Simulação Biomédica dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), numa acção de formação que visa reforçar a segurança da grávida, noticia a agência Lusa.

Destinada a médicos especialistas e internos em obstetrícia, a acção é a primeira de um programa inovador de formação, que se vai prolongar até ao final do ano, num total de dez sessões e abrangendo 120 clínicos oriundos de todo o país.

Na acção de dois dias sobre «Gestão de eventos críticos em obstetrícia», participa a dinamarquesa Marlene Mohr, uma das responsáveis pelo programa de re-certificação de competências dos obstetras neste país.

«Vamos simular situações em que os erros acontecem, para conseguir um reforço das matérias de segurança da grávida», disse hoje à agência Lusa o médico do Serviço de Anestesiologia dos HUC Nuno Freitas, coordenador do Centro de Simulação Biomédica.

Em robôs semelhantes a recém-nascidos e parturientes, os médicos vão poder testar e refrescar os seus conhecimentos sobre situações críticas e raras no domínio da obstetrícia.

«Fomos buscar as causas principais de erro e as que têm consequências mais negativas, para encontrar as soluções mais modernas», adiantou Nuno Freitas.

Sem poder detalhar que tipo de eventos críticos e raros vão ser simulados na formação, o especialista frisou, contudo que, em termos internacionais, os cuidados obstétricos são a área que regista maior litigância.

«Isto faz com que os obstetras sejam muito sensíveis a questões de grande conhecimento clínico e ao reforço de medidas que melhorem a segurança dos procedimentos e a segurança da grávida», referiu Nuno Freitas, ao salientar que se assiste «a um enorme esforço de formação contínua em termos internacionais» neste domínio.

Intitulada Criosim, a formação é uma parceria do Centro de Simulação Biomédica e da empresa Crioestaminal e decorre nestes dois locais.

De acordo com a coordenadora do programa de formação, a anestesiologia dos HUC Joana Carvalho, «é a primeira vez que se realiza em Portugal uma acção com estas características, essencialmente prática e muito individualizada, e com a simulação de situações críticas e raras».

«Quando uma coisa é rara não estamos tão seguros. Na formação, podemos treinar as vezes que quisermos, não envolvendo os doentes reais», adiantou.

Inaugurado em Dezembro de 2008, o Centro de Simulação Biomédica dos HUC é o primeiro centro português nesta especialidade.