Crianças em risco: secretária de Estado apelo à denúncia

A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação advertiu esta quinta-feira, em Coimbra, a comunidade para a necessidade de sinalizar os casos de perigo iminente de risco para crianças e jovens, mesmo que estes suscitem dúvidas, noticia a Lusa.

«Sempre que surjam dúvidas de perigo iminente devem-se sinalizar, sem preconceitos», declarou Idália Moniz, em conversa com jornalistas, no âmbito de um encontro local com Comissões de Protecção de Crianças e Jovens em Risco.

Maior sensibilidade

Segundo a governante, cada vez mais chegam às comissões de protecção, notícias e denúncias de casos, sendo cada vez menos as situações de preconceito que inibem o alerta.

Idália Moniz justificou a mudança com o facto de haver maior sensibilidade das pessoas para essas problemáticas, da alteração de perspectiva sobre situações que antigamente eram permissivas, mas também devido à criminalização de certos comportamentos, como os maus-tratos no seio das famílias e das instituições.

Reportando-se à intervenção no âmbito da protecção de crianças e jovens em risco, referiu que em 2007 foram abertos 25 mil processos, dos quais sete por cento resultaram em medidas de internamento em instituições, mas a maioria com carácter temporário.

Em finais do corrente mês de Abril deverão ser conhecidos os dados referentes a 2008, adiantou.

Projecto-piloto

Esses resultados estão também relacionados com o incremento do apoio às famílias e a manutenção das crianças e jovens no seu seio, «desde que seja garantido afecto e um crescimento digno».

Idália Moniz adiantou que está em curso um projecto-piloto com 190 famílias, no âmbito de um trabalho de investigação com cinco instituições do ensino superior, para definição dos conteúdos de formação parental.

Ao longo deste ano, o projecto deverá ficar concluído para que se possa alargar às famílias que careçam dessa formação.

A secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Idália Moniz, reuniu esta quinta-feira com as Comissões de Protecção de Crianças e Jovens do Distrito de Coimbra para analisar a sua funcionalidade e o seu desempenho, potencialidades e constrangimentos.

Tratou-se da quarta reunião com comissões, que, segundo a própria, lhe permite um conhecimento mais aprofundado da realidade, para além da que é exposta nos relatórios anuais.