«Salas de chuto» já não se «justificam» - TVI

«Salas de chuto» já não se «justificam»

Norte Vida troca seringas no Aleixo (Foto Lusa)

João Goulão afirma que já «não tem a certeza» que esses locais façam falta na capital

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O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência (IDT), João Goulão, acredita já não se justificarem «salas de chuto» em Lisboa devido às respostas existentes, enquanto no Porto é necessário fazer um diagnóstico da situação, noticia a agência Lusa.

Em Agosto de 2006, o Governo aprovou o Plano Nacional contra a Droga e as Toxicodependências, que previa a criação de salas de injecção assistida num prazo de dois anos.

A vigorar até 2012, o Plano apresentava 2008 como limite para a concretização de várias medidas, entre as quais as «salas de chuto», depois de identificados locais prioritários, e a instalação de máquinas de troca de seringas nas prisões.

João Goulão disse que actualmente já «não tem tanta certeza» que esses locais façam falta na capital devido ao aumento das respostas de proximidade. «O que tem acontecido, nomeadamente em Lisboa, é que por força do desenvolvimento de outras respostas de proximidade, as franjas de toxicodependentes mais desorganizadas têm vindo a diminuir», disse.

Lisboa aprova salas de chuto
Com esta diminuição, também se reduziu o «público-alvo para as salas de consumo assistido». «Em Lisboa, hoje, penso que já não se justificará», considerou.

Em relação ao Porto, João Goulão considera que terá que haver uma avaliação objectiva, nomeadamente do número de toxicodependentes que «poderiam eventualmente beneficiar dessa resposta para se propor algo».

Novo projecto contra toxicodependência

Essa avaliação acontece numa altura em que terminou o programa Porto Feliz e há uma «ocupação de espaço ao nível das respostas pelo IDT e outros parceiros».

«Ainda não temos o diagnóstico que nos permita afirmar se há ou não necessidade de um equipamento desse género», referiu, acrescentando ainda que essa opção iria carecer do «apoio ou, pelo menos, da não oposição da autarquia».

Por seu lado, João Goulão sublinhou ainda ter sido um «fervoroso adepto da instalação» e que «há cinco ou seis anos atrás justificavam-se plenamente, mas hoje há cada vez menos espaço para esses dispositivos».
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