Cascais: moradores temem ficar desalojados - TVI

Cascais: moradores temem ficar desalojados

Incêndio deflagrou no quarto andar, mas subiu até ao nono. Ainda não é possível fazer a contabilidade dos estragos

Alguns moradores do edifício habitacional Cascais Atrium temem a destruição causada pelo incêndio que deflagrou na madrugada deste sábado e colocam a possibilidade de ficarem desalojados.

O incêndio, que teve início às 03:08 e só foi dado como dominado às 09:30, deflagrou nos cinco pisos superiores do Cascais Atrium, com mais de uma centena de apartamentos, num edifício composto por dez pisos.

No entanto, o comandante operacional distrital de Lisboa, Carlos Mata, explicou que nem todos os apartamentos eram habitados e nem todos foram atingidos pelas chamas.

Com as operações de rescaldo ainda a decorrer e um perímetro de segurança estabelecido pelas autoridades, os moradores desconhecem ainda o estado das suas habitações e temem o pior cenário.

"De certeza que fiquei com tudo destruído, que perdi tudo. Já cá fora vi as chamas a saírem do meu apartamento e vejo agora o fumo todo com os bombeiros lá dentro", disse Eric Oliveira, habitante no 7.º piso, ouvido pela Lusa.

Alertados pelo alarme do prédio, os moradores aperceberam-se do incêndio assim que abriram a porta de suas casas e viram o fumo todo nos corredores.

Percebi logo que era um incêndio grande, vi as pessoas todas a saírem aflitas, muitos idosos, peguei nos meus filhos, que ficaram muito assustados, e vim de pijama para a rua", contou Ana Coelho, outra moradora.

Já Sandra Abreu só se apercebeu do que se passava quando os bombeiros bateram à porta.

"Não ouvi a sirene, nem senti o fumo. Liguei para a receção a perguntar o que se passava e mandaram-me sair imediatamente. Só quando os bombeiros bateram à porta para me levar é que vi que era grave. Vim com a roupa do corpo, sem trazer mais nada", descreveu a moradora do 4.º piso.

Um casal espanhol, de férias em Cascais e alojado no apartamento 517, contou que viram as chamas a sair do apartamento 512, onde dizem que terá começado o incêndio, por um curto-circuito numa televisão.

"Abrimos a porta e vimos as labaredas no 512. Corremos para as traseiras do prédio, que também já tinha chamas, e vimos uma família a sufocar com fumo. Foi um momento de pânico", contou Sónia Lopez.

As autoridades desconhecem ainda as causas do incêndio, mas confirmam que terá começado no 5.º piso (a contar com a receção) e alastrado até ao último andar.

Incêndio em fase de rescaldo

O comandante Carlos Mata adiantou que o incêndio está agora em fase de rescaldo e quando for dado como extinto será feita uma avaliação por técnicos da Câmara de Cascais para perceber se há condições de os moradores regressarem às suas casas.

"Ainda não sabemos as dimensões dos estragos e as condições de segurança, por isso, só depois da vistoria e avaliação é que poderemos saber quais são os apartamentos habitáveis e quantas pessoas ficaram desalojadas", sustentou.

Na sequência do incêndio, acrescentou, seis pessoas foram assistidas "apenas por precaução" no Hospital de Cascais, devido à inalação de fumos.

Carlos Mata explicou que o combate ao incêndio foi dificultado por ter deflagrado não apenas no interior das habitações, mas também no exterior, no átrio edifício.

No local permanecem ainda 94 operacionais dos bombeiros, da PSP, da Polícia Municipal de Cascais e da Proteção Civil.

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