Cinco feridos dos incêndios de outubro de 2017 na região Centro continuam internadas no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) com queimaduras extensas de segundo e terceiro grau, disse à agência Lusa fonte hospitalar.
Segundo a fonte, trata-se de quatro adultos e uma criança que não correm risco de vida, mas que apresentam lesões "muito complicadas de tratar" e, por isso, "bastante morosas".
"Dois dos adultos e a criança ainda estão entubados e ventilados e assim vão manter-se", acrescentou.
As extensas lesões no corpo obrigam os feridos a deslocarem-se ao bloco operatório "uma a duas vezes por semana".
A fonte hospitalar adiantou que três dos feridos adultos estão internados no serviço de queimados e outro no serviço de cirurgia plástica do polo do Hospital da Universidade de Coimbra, enquanto a criança se encontra no serviço de queimados do Hospital Pediátrico.
Aldeias sem rede fixa
Três meses após os incêndios, há ainda várias aldeias e zonas em perímetro urbano onde não há acesso à rede fixa ou à internet, prevendo a Altice repor totalmente os serviços "a muito breve trecho".
Contactados pela agência Lusa, três municípios do distrito de Coimbra (Arganil, Góis e Pampilhosa da Serra) e quatro do distrito de Viseu (Tondela, Vouzela, Carregal do Sal e Oliveira de Frades) confirmaram que há aldeias que continuam sem qualquer acesso à rede fixa, havendo ainda problemas nas comunicações nas vilas de Oliveira de Frades e da Pampilhosa da Serra.
"Continua a haver falhas na rede da Pampilhosa da Serra. A Altice terá dito que iria resolver tudo até ao dia 15, mas não estou certo de que tal aconteça. Continuamos com falhas em muitas povoações e até na vila e na zona industrial", afirmou o presidente da Câmara, José Brito, frisando que já recebeu queixas de vários empresários que “não têm forma de enviar e-mails ou fazer movimentos comerciais".
No distrito vizinho de Arganil, também "há várias freguesias e aldeias (muitas) sem ligação", disse à agência Lusa o presidente da Câmara, Luís Paulo Costa, referindo que a Altice se comprometeu "a ter tudo ligado até ao final de janeiro".
Em Góis, o problema também se verifica.
"Demos uma volta pelas aldeias, na altura do Natal, e as únicas críticas que ouvi foi a desilusão com a rede fixa", contou à Lusa a presidente do município, Lurdes Castanheira, referindo que o problema afeta a União de Freguesias de Cadafaz e Colmeal.
As reclamações quanto às falhas na rede fixa são "sistemáticas", frisou, sublinhando que a população afetada é maioritariamente idosa.
Os problemas nas comunicações continuam a sentir-se também em concelhos do distrito de Viseu.
Em algumas povoações do concelho de Tondela verificam-se "fortes constrangimentos no acesso à internet e ao telefone", de acordo com o município, e no de Oliveira de Frades há "muitas áreas que ainda não sofreram intervenção".
"Mesmo no centro da vila, ainda não existe acesso às telecomunicações, sendo que a população (particulares e coletivos) sentem impacto no seu quotidiano para solucionar as suas necessidades", referiu à Lusa fonte da Câmara de Oliveira de Frades.
Também nos concelhos de Vouzela e de Carregal do Sal há ainda problemas de comunicações por resolver.
Numa resposta enviada à agência Lusa, a Altice prevê "que a reposição total dos serviços esteja feita a muito breve trecho", explicando que a operação foi dificultada pela tempestade Ana, "pelas condições topográficas do terreno e pela afetação dos ‘stocks' (concretamente postes) da Altice Portugal, já que alguns fornecedores foram também afetados".
A Altice continua, "neste momento, com 800 operacionais em todo o país centrados nos trabalhos de âmbito da rede local, com especial incidência na rede fixa de acesso nas povoações mais remotas e isoladas", acrescentou fonte oficial da empresa.
No entanto, a empresa sublinhou que a rede física se encontra "reposta em praticamente todos os concelhos do país" afetados pelos incêndios, salientando que em algumas regiões ocorreu "uma migração de cobre para fibra".
"Releva-se ainda que a Altice Portugal anunciou que todos os concelhos afetados verão duplicada a rede de fibra no seu território", frisou a mesma fonte.
Os grandes incêndios que deflagraram a 15 e 16 de outubro em vários concelhos, atingindo especialmente a região Centro, fizeram 45 mortos e dois desaparecidos, além de 70 feridos.
Foram atingidas, na região Centro, 1.500 casas e 500 empresas.