Pedrógão: muitas vítimas vinham de uma praia fluvial - TVI

Pedrógão: muitas vítimas vinham de uma praia fluvial

  • EC - atualizada às 19:47
  • 18 jun 2017, 13:41

Vítimas mortais foram surpreendidas pelas chamas, encurraladas pelo incêndio, quando regressavam a casa. Vários corpos foram encontrados fora das viaturas ou nas margens desta estrada, o que sugere que tentaram fugir das chamas

Trinta das 62 vítimas mortais do incêndio de Pedrógão Grande morreram carbonizadas dentro dos carros na EN236, junto a Vila Facaia. A maioria regressava da Praia Fluvial das Rocas, em Castanheira de Pêra.

Os cadáveres das vítimas foram identificados esta manhã nesta estrada que liga Pedrógão Grande a Castanheira de Pêra. As vítimas mortais foram surpreendidas pelas chamas, encurraladas pelo incêndio, quando regressavam a casa da praia fluvial.

A vice-presidente da Câmara de Castanheira de Pera afirmou durante a tarde que parte dos mortos que estavam nos carros nesta estrada eram turistas.

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Outros 17 corpos foram encontrados fora das viaturas ou nas margens desta estrada, o que sugere que tentaram fugir das chamas.

A maioria das vítimas mortais eram habitantes dos concelhos circundantes: Pedrogão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos. Sabe-se que pelo menos 11 dos mortos viviam na aldeia de Pobrais, representavam um terço da população.

Em Pobrais, os moradores estão chocados com a tragédia e consideram que escaparam por milagre. Entrevistado pela TVI, um dos habitantes contou que as chamas “avançaram rapidamente” e todos temeram pelo pior. Muitos só sobreviveram porque decidiram refugiar-se na área já queimada da floresta.

Só deu para pensar que íamos morrer todos aqui. [Morreram] pessoas amigas, é uma dor grande”, afirmou.

A poucos quilómetros, em Nodeirinho, terão morrido seis pessoas, quatro adultos e duas crianças, com três e quatro anos.

A vítima mais nova é uma menina de três anos que foi apanhada pelas chamas juntamente com a avó, perto da viatura onde seguiam. A mãe da criança encontra-se em estado grave, no hospital.

Sobre a criança de quatro anos sabe-se que se trata de um menino, que estava aos cuidados de um responsável enquanto o pai estava fora em lua-de-mel.

O incêndio em Pedrógão Grande fez pelo menos 62 mortos, informou o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. O fogo provocou, ainda 57 feridos.

Devido à tragédia foram decretados três dias de luto nacional, depois de durante a madrugada o Governo ter declarado estado de contingência.

O IC8, que liga Pombal a Vila Velha do Ródão, está cortado desde sábado, e já esta manhã a Autoestrada n.º 13, que liga Tomar a Coimbra, foi também fechada ao trânsito no nó do Avelar (Ansião).

A Polícia Judiciária já afastou a hipótese de origem criminosa para o incêndio.

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