Fogo em Abrantes chegou a estar "dentro da cidade" - TVI

Fogo em Abrantes chegou a estar "dentro da cidade"

  • AM/CM/AR - Notícia atualizada à 01:18 de sexta-feira
  • 10 ago 2017, 18:12

Presidente da autarquia diz que incêndio tem ainda duas frentes ativas, mas está agora controlado e espera que esteja resolvido "de manhã". Quatro aldeias foram evacuadas. Circulação automóvel na A23 e IC1 esteve cortada, mas já foi reaberta

A presidente da Câmara de Abrantes disse esta quinta-feira à Lusa que o incêndio que lavra há mais de 24 horas no concelho tem ainda duas frentes ativas, mas está controlado e espera que esteja resolvido "de manhã".

Neste momento (cerca das 00:30), o incêndio tem duas frentes com ainda alguma atividade", declarou Maria do Céu Albuquerque, que adiantou que o facto de não haver vento e a temperatura ter baixado tem ajudado no combate às chamas.

A autarca sublinhou que "não há qualquer habitação em perigo" e disse esperar que o incêndio esteja "resolvido amanhã [esta sexta-feira] de manhã".

No decurso deste incêndio, uma habitação ardeu totalmente, tendo a família de cinco pessoas sido "já realojada na casa paroquial", acrescentou.

No teatro das operações de combate ao incêndio em Abrantes estão cerca de 780 bombeiros, mais de 260 meios terrestres, 13 máquinas de rasto e mais de 100 militares, referiu a autarca, acrescentando que durante o dia de quinta-feira estiveram a operar 10 meios aéreos, que deixaram de operar com a entrada da noite.

O fogo chegou a estar "dentro da cidade", mas esta madrugada já "não existe qualquer perigo", reforçou.

O incêndio que lavra na zona de Abrantes, no distrito de Santarém, desde quarta-feira, levou ao corte da Autoestrada da Beira Interior (A23) em ambos os sentidos, mas a circulação foi restabelecida às 23:05.

Quatro aldeias - Medroa, Braçal, Amoreira e Pucariça - tiveram de ser evacuadas por precaução, tendo os habitantes sido encaminhados para o Regimento de Apoio Militar de Emergência" (RAME), no Quartel Militar de Abrantes. 

Foram retiradas das suas casas, por precaução, pessoas mais vulneráveis, incluindo idosos, duas crianças e um doente acamado, que vivem em Pucariça, Braçal, Medroa, Vale de Chóis, Aldeia do Mato e Carreira do Mato.

Durante a tarde, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, afirmou que foram retiradas 50 pessoas das aldeias evacuadas.

As chamas consumiram, entretanto, uma casa de primeira habitação na Aldeia do Mato, tendo ficado desalojadas cinco pessoas, que se encontravam na praia fluvial local.

Nesta casa de primeira habitação que ardeu em Aldeia do Mato não houve feridos a registar e, no total são cerca de 50 as pessoas que vão ser realojadas temporariamente, das aldeias de Medroa, Braçal, Amoreira, Pucariça, Aldeia do Mato e Carreira do Mato, sendo que muitas não querem sair de suas habitações", indicou a presidente da Câmara de Abrantes.

De acordo com fonte da GNR de Abrantes, por causa do incêndio, a A23 foi cortada em ambos os sentidos pelas 19:40 por questões de segurança.

Jorge Gomes, secretário de Estado de Estado da Administração Interna, chegou ao posto de comando, em Carvalhal, cerca das 18:30, tendo referido à Lusa que a sua presença visava, "em nome do Governo, e como é feito de forma recorrente, apoiar os autarcas, as forças no terreno e os cidadãos, ver se há algum constrangimento e se é possível auxiliar em algo".

Questionado sobre o reforço de meios aéreos solicitados pela autarca de Abrantes, o governante disse que "estão 9 meios aéreos, entre eles 1 canadair vindo de Marrocos", tendo especificado que aqueles meios são compostos por "5 aviões, 1 heli pesado e 3 médios".

A continuidade destes meios no teatro de operações de Abrantes no dia de sexta-feira, disse, "depende do evoluir deste incêndio e do panorama global nacional" no dia de amanhã.

Estão no local a combater este incêndio, com três frentes ativas, segundo a página da ANPC, 717 operacionais, 225 viaturas e oito meios aéreos, tendo Maria do Céu Albuquerque referido esperar pelo "reforço de mais cinco meios aéreos nacionais e internacionais, confirmado pela ministra da Administração Interna", e que "vão operar enquanto não anoitecer".

O incêndio deflagrou às 18:14 de quarta-feira na União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, no concelho de Abrantes.

Circulação automóvel na A23 e IC1 já foi reaberta

 A Autoestrada da Beira Interior (A23) já foi reaberta, tal como o IC1, depois de terem sido encerradas devido aos incêndios nos concelhos de Abrantes e Grândola, respetivamente, disse esta quinta-feira à Lusa uma fonte do Comando-Geral da GNR.

Cerca das 23:05, a A23 foi reaberta", disse a mesma fonte.

A Autoestrada da Beira Interior tinha sido cortada na quinta-feira em ambos os sentidos na zona de Abrantes, no distrito de Santarém, devido ao incêndio que lavra deste quarta-feira naquele local.

Também a IC1 foi aberta à circulação automóvel, depois desta via ter sido cortada entre as zonas de Canal Caveira e Azinheira dos Barros devido a um incêndio no conselho de Grândola que levou também ao corte da linha ferroviária do sul.

A circulação na Autoestrada 14 (A14) como a da Autoestrada do Norte (A1) também já foram reabertas ao trânsito, segundo a mesma fonte, que disse que apenas se encontra interrompida a Estrada Nacional 358 (EN 358).

Todas estas vias sofreram cortes de circulação rodoviária devido aos incêndios que deflagram no país.

Exército mobilizou 112 militares para apoiar combate a fogo 

O Exército anunciou que tem no terreno 112 militares a apoiar o combate ao incêndio que lavra no concelho de Abrantes, e 27 meios, entre as quais quatro máquinas de rasto e quatro viaturas de transporte de pessoal.

No âmbito da colaboração em missões de proteção civil, o Exército emitiu um comunicado onde indica que já mobilizou os meios solicitados pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) para ajudar a combater o incêndio que deflagrou na Aldeia do Mato, concelho de Abrantes.

"Encontram-se já no terreno um total de 112 militares, pertencentes a quatro pelotões de Rescaldo e Vigilância Pós-Incêndio, a 4 Destacamentos de Engenharia e às Equipas de Evacuação de Pessoal. Neste apoio estão empenhadas 27 viaturas, entre as quais quatro máquinas de rasto e quatro viaturas de transporte de pessoal", preparadas para retirar a população "para o Regimento de Apoio Militar de Emergência (RAME), o qual está a prestar apoio logístico a nove cidadãos, entre estes duas crianças, oriundos da Povoação de Medroa, os quais se encontram acompanhados por uma equipa de dois psicólogos da Câmara Municipal de Abrantes e quatro técnicos da Segurança Social", refere o Exército.

"Nesta operação, além do RAME, estão envolvidos meios da Brigada Mecanizada, do Regimento de Engenharia N.º 1, do Regimento de Engenharia N.º 3, do Regimento de Paraquedistas e do Regimento de Manutenção", acrescenta.

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