Incendiário admite "um certo fascínio" por ver meios aéreos no combate às chamas - TVI

Incendiário admite "um certo fascínio" por ver meios aéreos no combate às chamas

PJ detém quatro homens suspeitos de terem ateado incêndios florestais nos distritos de Viseu (no concelho de Mangualde), de Aveiro (Mealhada) e da Guarda, nesta cidade e em Pinhel

A Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro homens suspeitos de terem ateado vários incêndios florestais nos distritos de Viseu (no concelho de Mangualde), de Aveiro (Mealhada) e da Guarda, nesta cidade e em Pinhel.

Os quatro suspeitos - dois dos quais, pelo menos, confessaram à polícia a autoria dos crimes - já foram sujeitos a primeiro interrogatório judicial e aguardam os respetivos julgamentos em prisão preventiva.

O suspeito de ter ateado um fogo em Mangualde, no sábado, 13 de agosto, que tem 43 anos de idade, é solteiro e pastor de profissão. Terá usado chama direta para lançar o incêndio, foi detido pela PJ em colaboração com o Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR de Mangualde.

O incêndio, que alastrou “rapidamente”, destruiu “uma área considerável de uma mancha florestal, povoada de sobreiros e pinheiros bravos”, e uma casa devoluta.

Além disso, pôs em perigo diversas habitações e “vários barracões de apoio agrícola”, refere uma nota da Diretoria do Centro da PJ, enviada hoje à agência Lusa.

O presumível autor de um fogo posto na Mealhada, na sexta-feira (12 de agosto), que tem 26 anos de idade e é trabalhador agrícola, já “foi presente às autoridades judiciárias competentes" e também aguarda "os ulteriores trâmites do processo sujeito a prisão preventiva”.

De acordo com um comunicado da Diretoria de Aveiro da PJ, o incêndio foi iniciado “através de chama direta, com recurso a um isqueiro, tendo o seu autor confessado os factos e indicado a forma como procedeu”.

O homem também admitiu que “tinha um certo fascínio por visualizar os meios aéreos durante” o combate às chamas, acrescenta a Judiciária.

A PJ, mas através do Departamento de Investigação Criminal da Guarda, em colaboração com a PSP nesta cidade, deteve ainda o suspeito da autoria de, “pelo menos, quatro crimes de incêndio florestal”, ocorridos entre os dias 7 e 13 de agosto, na Guarda.

Os dois últimos incêndios tiveram lugar de madrugada, na cidade da Guarda, designadamente numa vasta zona de pinhal, anexa ao Hospital Sousa Martins e ao bairro residencial das Lameirinhas, e também num quintal”, próximo da Escola Secundária Afonso de Albuquerque, “povoado essencialmente por árvores frutícolas”.

Os dois outros focos eclodiram também durante a noite, “numa zona de mato, povoada por giestas altas e pinhal pequeno, numa quinta agrícola igualmente próxima do referido Bairro das Lameirinhas”, refere ainda a PJ.

O detido, que tem 46 anos de idade e está desempregado, evidencia “tendência autodestrutiva” e já terá tentado “colocar fogo diretamente em várias botijas de gás, localizadas no exterior de um quiosque da cidade da Guarda”, adianta a polícia, noutro comunicado enviado à agência Lusa.

Também através daquele departamento, a Judiciária deteve, em colaboração com a GNR de Freixedas (Pinhel), o suspeito de ter ateado o incêndio florestal que, na noite de domingo (14 de agosto), “consumiu em poucas horas vários hectares de vegetação, mato e pinheiros, assim como uma quinta agrícola”, em Alverca da Beira.

O detido, agricultor, de 54 anos de idade e que já foi, anteriormente, “condenado por factos da mesma natureza”, também aguarda julgamento em prisão preventiva.

O fogo, que atingiu “grandes dimensões”, tendo posto em “grave perigo várias casas de habitação”, também terá sido ateado por chama direta, com recurso a um isqueiro.

O presumível autor do incêndio admitiu “não ter conseguido dominar o seu próprio ímpeto incendiário, nem resistido à vontade de assistir ao severo desenvolvimento do mesmo”, afirma a Judiciária.

Desde o início do ano, a Polícia Judiciária deteve 36 pessoas suspeitas de autoria de crime de incêndio florestal.

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