Acidente com autotanque deixa três bombeiros feridos no Funchal - TVI

Acidente com autotanque deixa três bombeiros feridos no Funchal

  • Redação
  • VC - Atualizada às 21:15
  • 9 ago 2016, 14:37

Homens iam com o camião cheio de água para combater o incêndio que está a assolar a ilha da Madeira desde madrugada quando, no Largo da Fonte, o veículo se virou. Chamas não estão a dar tréguas e já consumiram várias casas. Dois hospitais evacuados. Vento intenso está a complicar ainda mais a situação

Em permanente azáfama no combate ao incêndio que, desde a última noite, está a assolar o Funchal, registou-se um acidente com um autotanque dos bombeiros, que deixou três homens feridos (e não apenas dois, como afiançavam as primeiras informações disponíveis) . 

O veículo ia carregado de água, a caminho de mais um foco de incêndio, quando se virou, no Largo da Fonte, ao início da tarde, como testemunharam os repórteres da TVI Mário Gouveia e Renato Abreu (ver vídeo em cima).

Ainda são desconhecidas as circunstâncias que levaram ao acidente. O que se sabe é que os três bombeiros que seguiam no interior ficaram feridos: um deles já foi socorrido e está na ambulância, o outro estava pelas 14:00 a ser assistido por uma equipa da Cruz Vermelha Portuguesa, que se encontra também mobilizada perante o cenário catastrófico provocado pelos incêndios. Um terceiro teve um traumatismo craniano, foi levado para o hospital, mas estará livre de perigo. 

Chamas destroem habitações, dois hospitais evacuados

A situação é dramática e os moradores estão a viver momentos de grande aflição. Para piorar, o vento está a complicar a vida aos bombeiros e populações que, a todo o custo, tentam travar as chamas. O fogo que parecia controlado desceu a encosta durante e noite e está praticamente a três quilómetros do centro do Funchal. Várias casas já foram consumidas pelo fogo e 200 pessoas foram deslocadas para o quartel, para ficarem em segurança. 

O Hospital dos Marmeleiros, na freguesia do Monte, foi evacuado ainda de madrugada, por uma questão de segurança, de modo a  colocar os doentes fora da proximidade do fogo. O Diário da Madeira adianta que também o Hospital Dr. João de Almada vai ser alvo da mesma medida. 

Dezenas de autocarros foram também retirados da central de camionagem do Funchal e foram ouvidas várias explosões durante a noite. Junto à estação da empresa de transportes públicos Horários do Funchal na Fundoa de Baixo, um autocarro de passageiros incendiou-se esta manhã, tendo as viaturas sido retiradas do parque da empresa.

A mesma empresa informou que há carreiras suspensas no serviço de transporte urbano e interurbano, devido ao encerramento de algumas vias próximas dos incêndios: são elas as carreiras 20, 21, 22, 28, 93 e 94,. O serviço nos restantes percursos está a decorrer com normalidade, “apenas sujeitos a algumas interrupções que possam acontecer em consequência dos encerramentos temporário ou mais permanente de outras vias”.

Com a densa nuvem de fumo, cerca de 20 voos foram cancelados ou desviados do Funchal.

Até ao momento, foi detido o presumível autor de fogo posto no Funchal, que será ouvido ainda hoje pelas autoridades judiciárias.

Plano de contingência regional acionado

Já foi acionado o plano de contingência regional e que existem quatro frentes ativas de incêndio em diversos pontos da ilha. O executivo insular vai analisar esta terça-feira a possibilidade de recorrer a um fundo de 187 mil euros para apoiar a reconstrução de habitações afetadas pelos incêndios que lavram na região.

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo, indicou, por sua vez, que o o gabinete do primeiro-ministro, António Costa, já foi contactado a propósito da eventualidade de ser necessário enviar meios para apoiar o combate aos incêndios na Madeira.

“Estão acionados todos os meios necessários. Quero dizer que já contactámos o gabinete do primeiro-ministro e houve uma disponibilidade para, caso haja necessidade, virem meios do continente para cá, seja nesta fase, seja numa de rescaldo. O Governo da República, além da solidariedade que mostrou com a região e, particularmente, com a cidade do Funchal, está disposto a enviar meios que possam ser úteis”, sublinhou, citado pela Lusa, ressalvando, contudo, que as autoridades regionais ainda não vão tomar esta medida.

No resto do país, há outros sete grandes incêndios a causar preocupação aos bombeiros em quatro distritos. Em Viseu, o avançar das chamas obrigou ao corte do IP5.

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