Áreas protegidas pouco afectadas pelos fogos, diz Governo - TVI

Áreas protegidas pouco afectadas pelos fogos, diz Governo

Incêndios arrasam Austrália

Humberto Rosa garante haver «excelente» articulação com sapadores e diz que limpeza é rotina

O secretário de Estado do Ambiente rejeitou esta quarta-feira que as áreas protegidas sejam das mais afectadas pelos incêndios florestais, alegando que representam «apenas uma muito pequena parte» do total de ocorrências registadas.



«Não é verdade o que têm dito sobre o fogo nas áreas protegidas. Basta ver os números que mostram que não há grande dose de ocorrências nas áreas protegidas», afirmou à Agência Lusa o secretário de Estado Humberto Rosa.



Baseando-se nas estatísticas de incêndios da Autoridade Nacional de Protecção Civil, o governante lembrou que em Março registaram-se entre um a mais de 300 incêndios por dia, mas o máximo nas áreas protegidas foram três fogos.



«Como é que por haver um fogo dizem logo que (nas áreas protegidas) não estamos preparados. Há ainda muito a fazer, mas também muito já foi feito», comentou Humberto Rosa.



O secretário de Estado invocou ainda estatísticas de incêndios nas áreas protegidas dos últimos três anos, para mostrar como os danos causados pelo fogo têm diminuído.



«Em termos de área ardida na Rede Nacional de Áreas Protegidas passámos de 25 432 hectares em 2005, para 12 554 hectares no ano seguinte, 4 690 hectares em 2007 e 2 543 em 2008. Os números falam por si», adiantou.



Também o número de ocorrências, adiantou, revela o mesmo decréscimo: «De 701 em 2005, para 537 em 2006 e 684 em 2007 e 472 no ano passado».



Humberto Rosa considera existir uma «excelente» articulação com os sapadores bombeiros nas áreas protegidas e assegurou que a limpeza é uma rotina nestas zonas.



«É diferente de dizer que está tudo limpo e em toda a parte. Não está», ressalvou o governante, defendendo que, nem sempre, a área ardida é um «bom indicador» dos danos causados pelos fogos nas áreas protegidas.



Humberto Rosa explicou que algumas espécies de árvores não são danificadas pelo fogo da mesma forma que outras e que por uma área ter sido ardida não significa que toda a vegetação tenha sido destruída.



As zonas com muitas folhosas, como o Parque Nacional da Peneda-Gerês, reagem bem aos incêndios e por vezes a regeneração na Primavera seguinte faz recuperar árvores que arderam totalmente.



O pior dia de Março em incêndios florestais registou-se no domingo, com mais de 300 ocorrências registadas, sendo o de maior gravidade o do Parque Nacional da Peneda-Gerês.
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