As sete vezes em que Portugal pediu ajuda para combater fogos - TVI

As sete vezes em que Portugal pediu ajuda para combater fogos

Eu vi: Incêndio em Valongo (Foto enviada por Mariana Reis)

Existe uma bolsa de meios, criada em 2001, que permite que os Estados-membros da União Europeia peçam ajuda em caso de necessidade, como em incêndios, cheias ou sismos. O país tem sido bastante fustigado nestes 15 anos

Foram já sete as vezes que Portugal pediu ajuda à União Europeia para combater os incêndios. Chega-se a esse ponto quando a situação atinge uma dimensão dramática e o país já a viveu por várias vezes nos últimos 15 anos. Neste agosto de 2016, nova situação urgente, perante a qual a UE vai mais uma vez entrar em cena.

O mecanismo europeu de proteção civil foi criado apenas em 2001, pelo que as autoridades a ele recorreram, em média, a cada dois anos.

Esse mecanismo é uma bolsa de meios disponibilizada pelos Estados-membros da União Europeia que permite que outros peçam ajuda se necessário, como é o caso dos incêndios, cheias ou sismos, entre outros fenómenos.

Com o pedido formalmente feito hoje, esta é a sétima vez de Portugal recorrer ao auxílio europeu, tendo já recebido resposta positiva nesse sentido. 

Agosto de 2003  Incêndios nos distritos de Portalegre e Castelo Branco foram nessa altura dos piores em 20 anos
Agosto de 2005 235 mil hectares de floresta consumidos, centenas de incêndios. Espanha, Itália e França fizeram chegar de imediato meios aéreos
Agosto de 2009 País recebeu o apoio imediato de dois aviões Canadair. Arderam milhares de hectares.
Julho de 2010 Incêndios sobretudo em Viseu, Braga, Vila Real, Aveiro, Viana do Castelo e Porto. Dois aviões italianos foram direcionados para as regiões mais afetadas
Setembro de 2012 Centenas de incêndios (224 só no dia 3 de setembro), combatidos por milhares de bombeiros. Espanha e França disponibilizaram quatro aviões anfíbios pesados. Arderam mais de 100 mil hectares e morreram seis pessoas, quatro delas, bombeiros
Agosto de 2013 Mais de 7.000 incêndios, 9 mortos (oito bombeiros e um civil), 120 mil hectares de floresta ardida, 34,2 milhões de euros em danos diretos. Novo pedido de aviões Canadair, para combater incêndios de grandes dimensões. França e Croácia responderam à chamada. Já estavam em território nacional outros aviões, ao abrigo de acordos bilaterais
Agosto de 2016 Portugal a arder. Casos mais gravosos até dia 10 de agosto: Madeira (com três mortos e 37 casas destruídas) é a situação mais dramática que levou ao pedido de ajuda. Outros casos gravosos: Gondomar, Arouca, Viana do Castelo, Viseu e Leiria

Portugal ajudado, mas também já ajudou

Portugal tem sido alvo de ajuda nestes anos, mas também já participou no auxílio a outros países, como Espanha ou Grécia. Colaborou com o país vizinho em 2006 e, com a Grécia, no ano seguinte, recorda a Lusa. 

Em 2014, esteve a apoiar Cabo Verde, perante a erupção do vulcão da ilha do Fogo, e já tinha estado a prestar assistência quando de sismos no Haiti, Irão e Marrocos.

Participam no mecanismo os 28 Estados-membros, Montenegro e Noruega. Segundo a página oficial da UE, está em curso o processo de renovação da participação no mecanismo da antiga República Jugoslava da Macedónia, e Turquia e Sérvia assinaram recentemente acordos para preparar a sua adesão ao mecanismo.

Inundações na Europa e nos Balcãs, um tufão nas Filipinas, epidemia de ébola na África Ocidental, um sismo seguido de tsunami no Japão ou a guerra na Síria são casos em que o mecanismo foi acionado.

No ano passado, a Croácia, perante um crescente afluxo de refugiados, ativou o mecanismo de proteção civil, algo que a Grécia também fez.

 

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