Catarina Martins critica eucaliptos e avisa: "Não basta ter pena quando arde" - TVI

Catarina Martins critica eucaliptos e avisa: "Não basta ter pena quando arde"

  • LCM com Lusa
  • 9 jul 2018, 14:48
Catarina Martins

Líder do Bloco de Esquerda alerta para a reflorestação da floresta, criticando a anterior opçõa pelos eucaliptos

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) afirmou hoje que tem de se começar a pensar a sério em todo o território, advertindo que não basta ter pena quando arde e continuar a repetir erro após erro.

Estamos numa zona que não ardeu, onde existia pinheiro bravo e árvores autóctones, e basicamente 94 hectares foram arrasados para plantar eucalipto, que é a espécie que mais causa problemas com os incêndios. Ora, se queremos proteger o país e não repetir as asneiras do passado, precisamos de começar a olhar para a reflorestação a sério", disse Catarina Martins.

A coordenadora do BE deslocou-se ao Tortosendo, Covilhã, para visitar terrenos situados à porta do Parque Natural da Serra da Estrela, que estão a ser rearborizados com eucaliptos, num total de 94 hectares.

Basicamente o que acontece é que a Navigator [Company], a celulose, tem a concessão destes terrenos e vai plantar 94 hectares de eucalipto arrancando as árvores que já cá estavam, ou seja, nem sequer foi uma área que tenha tido problemas com os incêndios. E, do nosso ponto de vista, isto é completamente insano, é repetir erro após erro", frisou.

A responsável do BE explicou que sabe que do ponto de vista legal tudo foi feito no período em que a legislação ainda o permitia, mas adiantou que foi um erro.

Nós [BE], aliás, avisámos o Governo de que era preciso parar os eucaliptos antes. E o que achamos necessário é começar a pensar todo o território a sério e não abandonarmos as populações do Interior. Não basta ter pena quando arde, dizermos que não pode continuar a acontecer, e depois, do ponto de vista económico, não haver soluções e vermos o eucalipto a continuar a espalhar-se no nosso país", sublinhou.

Catarina Martins entende que existem dois pontos fundamentais para resolver, a criação de condições de apoio a unidades de gestão florestal e o banco de terras. Isto para que os pequenos proprietários se possam unir e ter uma resposta de apoio para outras espécies que não o eucalipto.

"O eucalipto pode ser a espécie de rentabilidade mais rápida, mas é a espécie que causa mais vítimas", concluiu.

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