O fogo, que iniciou pelas 14:40 de segunda-feira na Senhora do Monte, na zona de Aldeias e Mangualde da Serra (concelho de Gouveia, na Guarda), tem agora, mais de 24 horas depois, duas frentes ativas - o fogo alastrou-se para o concelho de Manteigas, do outro lado da serra - e mobiliza 329 operacionais.
Como testemunhou a jornalista da TVI no local, Andreia Marques, o vento cruzado e os difíceis acessos estão a condicionar o trabalho dos operacionais que tentam controlar o fogo. Do lado de Manteigas, aliás, o combate às chamas só pode ser feito a pé, agora que os meios aéreos já não podem ajudar.
Durante o dia chegaram a estar no local seis meios aéreos: dois helicópteros e quatro aviões.
As chamas, que deflagraram em mato, alastram com “intensidade”, destruindo floresta em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, numa área de acessos difíceis, circunstância que dificulta a intervenção dos bombeiros, explicou na noite de segunda-feira José Oliveira, segundo comandante operacional distrital da Guarda, que então comandava os trabalhos no terreno.
Encontra-se já dominado o fogo no concelho de Arouca, Aveiro, que teve início na freguesia de Canelas e Espiunca, na segunda-feira, às 15:43, e que foi combatido por 222 operacionais, 69 meios terrestres e três aéreos.
Durante a madrugada e a manhã foram dominados os incêndios de Monção e Cerveira, que lavravam há três dias.
De acordo com o site da ANPC, estavam ativos, às 20:00, 13 fogos em Portugal continental. No total, desde as 00:00 desta terça-feira já foram registado 167 incêndios.
"90% dos incêndios são de origem humana"
Já esta terça-feira, o comandante operacional nacional de operações de socorro da proteção civil, José Manuel Moura, apelou aos portugueses que tenham mais cuidado com o uso do fogo no verão, alertando que 90% dos incêndios são de origem humana.
“Há todos os dias algumas dezenas, centenas de pessoas que, de forma negligente ou descuidada ou por dolo, que colocam fogo na nossa floresta. E isto é um trabalho de todos”, disse o comandante da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em entrevista à agência Lusa.
José Manuel Moura adiantou que “90 por cento dos incêndios são de origem humana, seja doloso ou por descuido”, sublinhando que muitos fogos “são por descuido”.