Dois terços dos municípios com planos de emergência fora de prazo - TVI

Dois terços dos municípios com planos de emergência fora de prazo

  • MM
  • 9 mai 2018, 11:04

Dos 278 concelhos de Portugal continental, apenas 100 têm planos dentro do prazo de revisão ou já aprovados

Quase dois terços dos municípios de Portugal continental têm planos de emergência fora de prazo. Os dados são avançados, esta quarta-feira, pelo Jornal de Notícias (JN). 

De acordo com o jornal, dos 278 concelhos, apenas 100 têm planos dentro do prazo de revisão ou já aprovados, aguardando publicação. Só 100 dos 278 municípios estão assim preparados para organizar o socorro, em caso de catástrofe ou de acidente grave. 

Cerca de 64% dos municípios têm os planos de emergência municipal, que são obrigatórios por lei, fora de prazo. Metade dos municípios ainda nem sequer entregou a atualização à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). 

Ouvidos pelo JN, Duarte Caldeira, antigo presidente da Proteção Civil, e Manuel Veloso, ex-comandante nacional de operações, falam em "ignorância militante" e "arrogância ignorante".

Os planos municipais de emergência são "essenciais", dizem os dois especialistas, para o socorro às populações em casos de incêndio, terramoto ou, por exemplo, de um acidente grave ou envolvendo um camião cisterna que transporte substâncias perigosas. 

A situação é ainda mais grave, se olharmos para as indústrias de especial perigosidade, como as petrolíferas e as indústrias químicas. Estas também devem ter planos externos de emergência específicos. Mas dos 34 planos existentes, em nove municípios, apenas três estão atualizados. São eles o da Colep (Vale de Cambra), o da mina Orica (Aljustrel) e o da Repsol (Leiria). Com planos desatualizados, fora de prazo ou a necessitar de revisão, estão todo o complexo petroquímico de Matosinhos, bem como o complexo químico de Estarreja. 

Apesar do prazo teórico estar ultrapassado, a salvaguarda de pessoas e bens não está em causa", assegura o presidente da Câmara de Estarrreja, Diamantino Sabina. 

Duarte Caldeira, porém, considera que, quem não tem planos atuais e testados, está a pôr em risco a segurança das populações: "É inqualificável, irresponsável, negligente". 

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