Fogo em Porto de Mós já consumiu cerca de mil hectares - TVI

Fogo em Porto de Mós já consumiu cerca de mil hectares

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  • 7 set 2020, 20:36

Um outro incêndio há cerca de um mês e meio na mesma zona já tinha queimado 570 hectares de floresta

O incêndio que está a lavrar no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, em Porto de Mós, desde domingo, já consumiu cerca de 1.000 hectares, disse o presidente do Município.

O presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós, Jorge Vala, revelou que neste incêndio arderam 1.000 hectares, a que se juntam os 570 hectares consumidos pelas chamas num outro incêndio de há cerca um mês e meio na mesma zona.

De São Bento à Mendiga ardeu o planalto todo. Para quem está a promover e a fazer um trabalho de conservação e preservação junto da comunidade para resultar promoção e valor acrescentado, isto é uma tragédia. Estamos muito tristes e revoltados”, afirmou o autarca.

Segundo Jorge Vala, a primeira chamada para o incêndio no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, no distrito de Leiria, foi para a freguesia da Mendiga, cerca da 01:30.

Até às 02:00 surgiram mais quatro focos de incêndio para norte. O último foi no Codaçal, onde é a exploração de pedreiras. Esse ganhou intensidade, até porque os bombeiros foram confundidos, indo para a Mendiga, o que atrasou a sua chegada”, contou.

Jorge Vala sublinhou ainda que, na madrugada de domingo, se verificava “vento, níveis de humidade abaixo de 10% e, sobretudo, muito calor”.

“Depois, [o fogo] nasceu em zonas de muita dificuldade de acesso. Não existem acessos, nem nunca existirão. Estamos a falar de zonas de penhascos, zonas muito complicadas, onde espontaneamente nasce uma flora rica, que é marca identitária deste território. A conjugação de tudo isto leva a que ganhe dimensão”, referiu ainda.

O autarca informou também que os meios aéreos só chegaram seis horas depois, já depois das 08:00. “Até lá os operacionais não conseguiram aceder ao fogo, nem levar água. Seis horas é muito tempo”, lamentou.

“Não tenho dúvidas de que isto foi mão criminosa com a intenção de provocar um grande incêndio. Fê-lo há um mês e meio e agora voltou a acontecer. Esta situação é incontrolável do ponto de vista da gestão do território. Por muito que limpemos, não conseguimos evitar isto”, acrescentou.

Cerca das 19:30, a página da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) indicava que estavam no combate ao incêndio no PNSAC, 177 operacionais, apoiados por 52 veículos e dois meios aéreos.

Segundo a mesma fonte, o fogo deflagrou às 01:49 de domingo em povoamento florestal.

A ANEPC alertou, no domingo, para um aumento “muito grande” do risco de incêndio até terça-feira em todo o continente português, em especial a norte do rio Tejo.

“Vamos ter tempo quente e seco, com vento de leste e pouca humidade. Vamos ter um aumento do risco de incêndio muito grande. Até à próxima terça-feira, o país, na sua generalidade – com maior incidência a norte do rio Tejo –, vai assistir a um aumento muito significativo do risco de incêndio. E este aumento vai também trazer muitas dificuldades ao dispositivo no combate aos incêndios rurais”, afirmou o comandante de agrupamento distrital da ANEPC, Pedro Nunes.

O país encontra-se em alerta laranja até às 23:59 de terça-feira.

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