Mais de 4.000 bombeiros combatem fogos no país - TVI

Mais de 4.000 bombeiros combatem fogos no país

  • Redação
  • CM/JMD/PO - notícia atualizada às 00:17
  • 8 ago 2016, 18:09

No terreno chegaram a estar mais de seis mil homens a combater 310 fogos. Várias localidades acionaram planos de emergência

Esta segunda-feira está a ser marcada por vários incêndios em Portugal continental e também na Região Autónoma da Madeira, no concelho do Funchal. O ponto da situação às 00:01 indica que há 178 incêndios florestais ativos, em resolução ou conclusão, a mobilizarem 4.293 operacionais e 1.284 meios terrestres.

Destes, 13 são considerados graves, nomeadamente nos distritos de Viana do Castelo (Arcos de Valdevez e Vila Nova de Cerveira), Braga (Barcelos), Porto (Gondomar e Santo Tirso), Aveiro (Águeda e Arouca), Guarda (Gouveia), Viseu (Nelas, Mangualde, Viseu e Cinfães) e Faro (Silves). Nos locais estão 1.769 operacionais e 560 meios.

Os 455 incêndios registados no domingo transformaram-no no pior dia do ano em termos de incêndios, segundo o Comandante da Proteção Civil, que hoje já teve mais de seis mil homens a combater 310 fogos.

Ao início da noite de hoje (20:00), José Manuel Moura, Comandante Operacional Nacional da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC), fez um balanço da situação, começando por recordar o dia de domingo: “Ontem, em que se registaram 455 ocorrências de incêndio florestal, (foi) o dia em que foi atingido o maior número desde o início do ano.”

Às 19:00, a Proteção Civil tinha registado 310 incêndios que tinham sido combatidos por 6.238 operacionais, apoiados por 1.646 meios terrestres e 107 meios aéreos.

Na conferência de imprensa realizada às 20:00 na sede da Proteção Civil, o comandante José Manuel Moura disse que dos incêndios em curso onze já tinham começado no domingo.

Os casos mais preocupantes - por “envolverem mais meios e atingirem áreas florestais de alguma forma significativa” - continuam a ser em Águeda (distrito de Aveiro), Gouveia (Guarda), Gondomar (Porto), Vila Nova de Cerveira e Arcos de Valdevez (ambos em Viana do Castelo) e Nelas, explicou.

No entanto, sublinhou, já existem “alguns incêndios que apresentam a esta [20:00] hora francas melhorias”, como é o caso de Barcelos ou de Arouca, que já estava 80% dominado.

Sobre uma alegada falta de meios para combater as chamas, José Manuel Moura admitiu que, “aos olhos de qualquer comandante, os meios nunca são suficientes, mas o dispositivo tem respondido de uma forma dantesca”.

Em algumas situações, as equipas portuguesas puderam contar hoje com a colaboração de elementos espanhóis, no âmbito do protocolo que existe entre os dois países.

Os 13 incêndios mais preocupantes

Treze incêndios florestais no continente português estavam ainda em destaque na página da Proteção Civil às 24:00 de segunda-feira, mobilizando mais de 1.700 operacionais das forças de segurança e de socorro.

Destas 13 “ocorrências importantes” (ou seja, que decorrem há mais de três horas e mobilizam mais de 15 meios de socorro, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil), duas localizam-se no distrito de Aveiro e uma delas, no concelho de Arouca, teve início já ao final da tarde de sábado, em Provisende.

Segundo a informação disponibilizada, 255 operacionais, apoiados por 90 veículos, combatem sete frentes de fogo.

Já no concelho de Águeda, 298 elementos e 99 viaturas estão mobilizados para impedir o avanço das chamas, com quatro frentes e que deflagraram pelas 04:00 de segunda-feira na localidade de Préstimo.

No distrito de Braga, no concelho de Barcelos, o fogo que teve início em Tamel, pelas 15:00 de domingo, mantém uma frente, combatida por 232 operacionais, com o apoio de 79 viaturas.

Ainda no grupo dos incêndios com mais de duas centenas de elementos de forças de socorro e segurança está o incêndio rural que começou na segunda-feira, pelas 15:00, em São Bartolomeu de Messines, no concelho de Silves (distrito de Faro).

Com uma frente, as chamas mobilizam 207 operacionais e 31 veículos.

Com o cair da noite, os 15 meios aéreos que perto das 20:00 de segunda-feira estavam ativos no continente português deixaram entretanto de participar nas operações.

No distrito de Viana do Castelo, onde algumas aldeias foram já evacuadas e cujo comando distrital de Proteção Civil está reunido esta noite, a página da autoridade nacional destaca os incêndios de Arcos de Valdevez (72 homens e 25 viaturas) e Vila Nova de Cerveira (78 homens e 33 viaturas).

Pelo menos os concelhos de Arcos de Valdevez e Ponte de Lima, neste distrito, já acionaram os Planos Municipais de Emergência.

No distrito de Viseu, as chamas motivam maior preocupação nos concelhos de Cinfães, Viseu, Mangualde e Nelas, com um total de 419 operacionais e 103 viaturas mobilizados.

Já no distrito do Porto, Gondomar e Santo Tirso somam 155 elementos e 46 veículos nas operações de socorro de dois fogos.

Da lista de ocorrências mais significativas faz ainda parte uma 14.ª ocorrência, no concelho de Almodôvar, no distrito de Beja, onde 90 homens, apoiados por 31 viaturas, estão no terreno, embora neste caso o incêndio tenha sido dado como dominado perto das 24:00.

Fora do continente português, o Funchal está também esta noite a ser atingido por um incêndio que mobiliza várias dezenas de elementos de sete corporações. Neste caso, foi já detido um suspeito de fogo posto.

PJ detém alegado autor do fogo no Funchal

O alegado autor do incêndio que deflagrou nas serras de São Roque, concelho do Funchal, nesta segunda-feira, foi detido e aguarda o primeiro interrogatório judicial, revelou fonte da Polícia Judiciária.

O homem, de 24 anos, "tem antecedentes criminais" por fogo posto, disse a fonte da PJ, acrescentando que já "foi entregue no serviço prisional da Cancela, na Camacha, pelas forças de segurança”.

O presidente do Governo Regional da Madeira já tinha afirmado existirem indícios de que o incêndio que deflagrou na freguesia de São Roque tinha sido "fogo posto" e que essa possibilidade estava a ser averiguada pela Polícia Judiciária.

O incêndio deflagrou hoje cerca das 15:30 na freguesia de São Roque, tendo duas habitações sido destruídas pelas chamas.

O fogo atingiu também um armazém de comércio de pneus, provocando a explosão de dois tanques de fuelóleo.

Fábricas e habitações ameaçadas em Valongo

Um incêndio que lavra desde as 18:00 desta segunda-feira na zona da Quinta da Lousa, concelho de Valongo, está a ameaçar habitações e fábricas, indicaram à Lusa fontes da Proteção Civil.

De acordo com o adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários de Valongo, Cláudio Azevedo, cerca das 22:00 estavam no combate às chamas entre 45 e 50 homens, auxiliados por oito veículos, oriundos de várias corporações do distrito do Porto.

"O incêndio tem neste momento várias frentes. Não é possível estabelecer previsões de quando ficará controlado. A extensão é grande. Além de habitações, há fábricas nas imediações", indicou.

Plano de Emergência em Arcos de Valdevez e Ponte de Lima

A Câmara de Arcos de Valdevez acionou, nesta segunda-feira, o Plano Municipal de Emergência face à situação “dramática” que se vive no concelho, palco de vários incêndios, disse à Lusa o vereador da Proteção Civil, Olegário Gonçalves. O mesmo sucedeu em Ponte de Lima.

O autarca adiantou que o hotel do Mezio, no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), "já foi evacuado" e que os residentes de 50 habitações do lugar de Vilar de Suente, no Soajo, "foram abrigados dentro de uma capela da aldeia, até o fogo passar, para serem retirados para uma zona segura".

"É, sobretudo, população idosa. Por causa do fogo e do fumo, decidimos retirar as pessoas e colocá-las em segurança", afirmou o responsável, que referiu " há vários incêndios preocupantes no concelho" e que há "um bombeiro ferido no fogo da Gavieira", no PNPG.

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