Incêndio de Manteigas dominado a meio da manhã - TVI

Incêndio de Manteigas dominado a meio da manhã

  • Redação
  • CF - Notícia atualizada às 12:20
  • 1 ago 2016, 07:19

Noite sem dormir por causa do fogo. Mais de 300 bombeiros combateram o incêndio no concelho de Manteigas. Autarca defende intervenção florestal no Parque Natural da Serra da Estrela

O incêndio que deflagrou no domingo na freguesia de Sameiro, no concelho de Manteigas, distrito da Guarda, foi dado como dominado na manhã desta segunda-feira, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.

Segundo a fonte do Comando Distrital de Operações e Socorro (CDOS) da Guarda, o fogo foi dado como dominado às 09:55, depois de ter mobilizado mais de 300 bombeiros durante várias horas e contado com a ajuda de meios aéreos. 

O incêndio começou às 09:35 de domingo e chegou a ter três frentes ativas, duas das quais dominadas durante a noite.

Ao início da manhã, o fogo mantinha uma frente ativa que queimava essencialmente uma zona de mato, como explicou à Lusa o comandante operacional do Agrupamento Distrital Centro Norte, António Ribeiro.

Segundo adiantou, a "orografia do terreno e os afloramentos rochosos que caracterizam o Parque Natural da Serra da Estrela" foram as principais dificuldades encontradas no combate.

De acordo com informação disponível às 11:30 na página da Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil, no local estão 378 operacionais, auxiliados por 116 veículos e oito meios aéreos.

"É uma lástima que estas coisas aconteçam"

O presidente da Câmara Municipal de Manteigas lamentou a "enorme perda ambiental" provocada pelos dois incêndios que deflagraram no fim de semana naquele concelho e reivindicou uma intervenção florestal no Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).

"Tenho-o dito sucessivamente: é preciso fazer uma intervenção muito concreta. Não se trata de deitar abaixo por deixar abaixo, mas efetivamente vimos verificando que as coisas não estão bem de certeza absoluta e, por isso, deixo aqui o apelo ao ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas] e aos baldios para equacionarem um estudo de gestão e planeamento florestal que não está feito", disse José Manuel Biscaia, em declarações à agência Lusa.

O autarca defendeu que é importante "fazer um estudo e a consequente intervenção no terreno relativamente às espécies arbóreas", optando pela "gradual substituição das espécies resinosas a favor das espécies folhosas ou outras que, de alguma maneira, evitem ou pelo menos minimizem os efeitos sempre que há um incêndio".

Lembrando que quando há fogos nesta zona "os impactos e perdas são incontáveis", quer em termos do património ambiental, quer nos reflexos do ponto de vista turístico, José Manuel Biscaia apelou a todos para que "tenham o máximo cuidado" no sentido de evitarem situações como as do fim de semana.

O autarca referiu igualmente que não acredita que os incêndios tenham tido origem natural.

"É uma lástima que estas coisas aconteçam, até porque temos a sensação nítida e clara de que não terá sido por causas naturais", disse, apontando a hora e local em que os fogos eclodiram como fundamentos desta "convicção".

Concelhos de Arganil e Pampilhosa da Serra em risco máximo

Os concelhos de Pampilhosa e Arganil, no distrito de Coimbra, apresentam hoje risco ‘Máximo’ de incêndio, segundo informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

O instituto colocou também em risco ‘Muito Elevado’ e 'Elevado' de incêndio vários concelhos de todos os distritos (18) de Portugal continental, exceto Leiria.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre ‘Reduzido' e 'Máximo'.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia, relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.

Temperaturas acima dos 30 em algumas regiões

Quanto ao estado do tempo, o IPMA prevê para hoje no continente céu pouco nublado ou limpo, apresentando períodos de maior nebulosidade no litoral entre o Cabo Mondego e o Cabo Raso até meio da manhã.

Está também previsto vento fraco a moderado do quadrante norte, soprando moderado a forte de noroeste no litoral oeste, em especial durante a tarde, por vezes com rajadas até 55 quilómetros por hora, pequena descida da temperatura mínima no litoral da região norte e pequena subida da máxima.

Na Madeira prevê-se períodos de céu muito nublado, apresentando-se em geral pouco nublado nas vertentes sul, aguaceiros fracos e pouco frequentes nas vertentes norte até ao início da tarde e vento fraco a moderado de nordeste, soprando moderado a forte nas terras altas.

Para os Açores a previsão aponta para céu geralmente pouco nublado, vento sudoeste medrado a bonançoso e possibilidade de aguaceiros no grupo oriental (São Miguel e Santa Maria).

No que diz respeito às temperaturas, em Lisboa vão oscilar entre 17 e 28 graus Celsius, no Porto entre 14 e 26, em Viana do Castelo entre 13 e 26, em Bragança entre 14 e 32, em Vila Real entre 16 e 32, em Viseu entre 15 e 32, na Guarda entre 14 e 29, em Coimbra entre 13 e 30, em Castelo Branco entre 18 e 34, em Portalegre entre 17 e 33, em Santarém entre 15 e 32, em Évora entre 15 e 35, em Beja entre 15 e 34, em Faro entre 20 e 36, no Funchal entre 20 e 26, em Ponta Delgada entre 20 e 26, na Horta entre 19 e 26 e em Santa Cruz das Flores entre 21 e 26, apurou a Lusa.

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