"Não se entra nem se sai de Mação" por causa do fogo - TVI

"Não se entra nem se sai de Mação" por causa do fogo

  • Atualizada às 01:03
  • 17 ago 2017, 00:34

Presidente da Câmara fala de "tragédia impensável". Vasco Estrela refere que as estradas estão cortadas e a sede do município está isolada

O incêndio que está a lavrar em Mação, no distrito de Santarém, desde as 00:01 de terça-feira, cercou a sede de concelho, de onde "não se sai nem se entra", segundo o presidente da Câmara, Vasco Estrela.

O incêndio continua a seguir imparável o seu rumo ao sabor do vento, as aldeias da zona sul na linha de fogo são Monte Penedo, Rosmaninhal e Vale de Abelha, e de Mação não se sai nem se entra porque as estradas estão cortadas devido ao fumo e ao fogo", disse à Lusa, o presidente da autarquia, cerca das 23:50.

O presidente da Câmara vincou que "é uma tragédia impensável", pois "nunca ninguém, nos seus maiores pesadelos, poderia imaginar o que está a acontecer", relativamente à situação dramática que se vive novamente esta noite no concelho, considerando que os meios no terreno são, uma vez mais, manifestamente insuficientes para conseguir salvar locais como Casal da Barba Pouca, Aboboreira e Penhascoso, entre muitas outras aldeias e pequenos povoados que têm estado nas linhas de fogo.

As chamas ainda estão na entrada da vila, embora controladas, muito fumo em toda a sede de concelho e com as pessoas na rua e o fogo já passou a zona industrial de Mação e a aldeia do Casal da Barba Pouca e segue em direção a Vale de Abelha e Ortiga, na zona sul do concelho, depois da A23", relatou.

É o caos. É impensável. Surreal", resumiu à Lusa Vasco Estrela, tendo afirmado que o concelho, depois dos incêndios do final de julho, que consumiram cerca de 40% do território, e depois destes dois últimos dias, "está todo destruído".

Segundo a página da Proteção Civil, cerca das 23:30, o incêndio de Mação, proveniente de Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, está "ativo com várias frentes", com 720 operacionais no seu combate, apoiados por cerca de 200 meios no terreno.

Estradas cortadas

A Autoestrada da Beira Interior (A23) continuava cortada, às 00:15, em ambos os sentidos, entre o nó de Mouriscas e o de Gardete, no distrito de Santarém, devido ao incêndio que lavra em Mação, segundo fonte da GNR.

A Estrada Nacional 3, entre Mouriscas e Mação, também se encontrava cortada ao tráfego e a Estrada Nacional 244 estava vedada entre Pereiro e Mação, no distrito de Santarém, segundo a mesma fonte.

A página da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) informa que a Nacional 244-3 entre Louriceira e Serra, no distrito de Santarém, está também interditada ao trânsito.

Outras vias cortadas, devido ao incêndio que lavra no concelho de Mação, o que esta madrugada mais preocupa a Proteção Civil, são a Estrada Municipal 1284, entre Chão Codes e Vila de Rei, a Municipal 548, entre Chão de Codes e Aboboreira, e ainda os caminhos municipais 1284, 75 e 1285, segundo a ANPC.

Vila de Rei em rescaldo

O incêndio que lavra em Vila de Rei, Castelo Branco, desde terça-feira, quando deflagrou na aldeia de Água Formosa pelas 21:00, está "em fase de resolução", segundo disse à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal.

Está controlado, o fogo em fase de resolução e estamos a trabalhar no rescaldo, consolidação e vigilância a eventuais reacendimentos", disse à agência Lusa Ricardo Aires, tendo lembrado "momento muito difíceis durante o dia" nas aldeias Casal Novo, Lousa, Borda da Ribeira, e Vale de Grou.

"Foi um inferno", disse o autarca, tendo destacado que "não houve registo de feridos" em Vila de Rei durante estes dias em que as chamas percorreram cerca de 50% do território concelhio, assolado por dois incêndios distintos.

Antecipámos sempre os acontecimentos e transferimos sempre de forma atempada as pessoas mais idosas ou acamadas, e nestes quatro dias não temos registo de nenhuma pessoa ferida", disse Ricardo Aires, tendo referido que o balanço dos danos vai ser apurado na quinta-feira tendo adiantado, no entanto, que cerca de 50% do território foi devastado pelas chamas.

O Município de Vila de Rei mantém o Plano de Emergência Municipal ativo desde as 19:30 de domingo, dia em que as chamas entraram no concelho, provenientes de um sinistro em Ferreira do Zêzere, tendo obrigado à evacuação de cerca de 15 aldeias e à retirada de 112 habitantes.

Segundo a página da ANPC, consultada cerca das 00:00, estão em Vila de Rei 434 operacionais apoiados por 143 viaturas, num incêndio que a ANPC dava como "ativo e com várias frentes" à mesma hora.

Vias cortadas: EM 1307 entre Casal Novo e Borda da Ribeira, Estada Municipal desde a N2 para Lousa.

As vias cortadas naquele teatro de operações, segundo a ANPC, são, cerca das 00:00, a EM 1307, entre Casal Novo e Borda da Ribeira, e a Estada Municipal desde a N2 para Lousa.

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