Partidos querem prioridade para questão dos incêndios - TVI

Partidos querem prioridade para questão dos incêndios

Incêndio na Madeira

Os Verdes exigem situação de calamidade para a Madeira. BE quer reunião urgente com Governo sobre fogos no Parlamento. PCP quer assunto discutido na Conferência de Líderes, em detrimento do pedido do CDS para ouvir Governo sobre viagens oferecidas pela Galp

O Partido Ecologista Os Verdes exigiu esta quarta-feira que seja decretada a situação de calamidade na sequência dos incêndios que lavram no Funchal, Madeira, considerando que, dessa forma, podem ser acionados junto da União Europeia pedidos de apoio.

Em comunicado, o coletivo regional da Madeira do partido diz que “a situação dramática decorrente da propagação” do incêndio no Funchal, “atingindo o seu núcleo histórico, destruindo centenas de habitações e pondo em perigo milhares de pessoas e património inestimável”, tornou-se “um verdadeiro drama sem par na história dos incêndios nos últimos 100 anos em Portugal”.

“Esta situação torna premente decretar o estado de calamidade pública com urgência”, sustentam Os Verdes, adiantando que “desta forma podem ser acionados junto da União Europeia os pedidos de apoio necessário à recuperação desta situação, cujos impactos económicos e sociais podem desde já ser considerados de uma gravidade extrema, comparável com as consequências” do temporal de 20 de fevereiro de 2010, que provocou 43 mortos, seis desaparecidos, centenas de desalojados e 1.080 milhões de euros de prejuízos.

Para Os Verdes, a situação no Funchal também “coloca na ordem do dia a denúncia” do partido relativa à “falta de meios e da pouca adequação dos existentes na prevenção e combate aos incêndios”.

De acordo com Os Verdes, “além dos impactos sociais e económicos destes incêndios e da dimensão humana dramática que revestem, estes têm ainda impactos ambientais profundos com uma perda de património natural, de biodiversidade e de património paisagístico que levarão muitos anos a recuperar”.

O partido defende ainda que devem ser reforçados os meios a enviar para a Madeira, pelo que intercedeu junto do Governo nesse sentido.

Já os responsáveis do BE vão propor esta quarta-feira a marcação urgente de uma reunião da comissão permanente da Assembleia da República sobre o problema dos incêndios em todo o país, na conferência de líderes, anunciaram os bloquistas em comunicado.

“Levaremos à conferência de líderes, que reúne esta tarde, a proposta de marcação urgente de uma reunião da comissão permanente para que possa ser discutido, juntamente com o Governo, o combate aos incêndios e o acionamento de planos de reconstrução para as áreas ardidas e de programas de apoio a todas as populações afetadas, especialmente as que perderam as suas habitações”, lê-se no texto.

Para o BE, “é particularmente preocupante a situação que se vive na Madeira e no Funchal, onde o fogo atingiu áreas urbanas, incluindo o centro histórico” e o partido “apoia a mobilização de todos os meios necessários, nacionais e internacionais, para combater o incêndio no Funchal”.

O PCP anunciara na véspera ir dar prioridade à questão dos incêndios na conferência de líderes desta quarta-feira, pelas 18:00, em detrimento do pedido do CDS-PP para ouvir o Governo sobre viagens de secretários de Estado oferecidas pela Galp.

As chamas deflagraram nas zonas altas do Funchal, em São Roque, pelas 15:30 de segunda-feira e, na terça-feira à noite, o fogo desceu à baixa do Funchal, havendo ainda incêndios a lavrar noutros concelhos da ilha.

Os incêndios já provocaram três mortos, dois feridos graves, um desaparecido, cerca de mil desalojados, entre residentes e turistas, muitas casas e um hotel [Choupana Hills] foram consumidos pelas chamas, tendo o fogo descido à cidade na noite de terça-feira e afetado o centro histórico de São Pedro. Os prejuízos materiais são avultados.

As autoridades tiveram de evacuar dois hospitais, diversos hotéis, estando cerca de 600 pessoas no Regimento de Guarnição nº3 (quartel do Funchal), 300 no estádio dos Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho.

Cerca de 135 efetivos, 115 oriundos de Lisboa e outros 20 Açores, foram enviados para a Madeira para reforçar as equipas no combate aos incêndios.

As elevadas temperaturas e o vento forte têm estado a dificultar as operações de combate às chamas.

 

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