Quase 500 operacionais combatem incêndio na Serra da Estrela - TVI

Quase 500 operacionais combatem incêndio na Serra da Estrela

  • Redação
  • CM - notícias atualizada às 12:15
  • 12 ago 2015, 07:41

Sete meios aéreos e 154 viaturas terrestres assistem bombeiros, que tentam evitar destruição de zona com "forte importância ambiental e paisagística"

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O incêndio em mato, que deflagrou na tarde de segunda-feira, na localidade da Senhora do Monte, no Parque Natural da Serra da Estrela, mobiliza, nesta quarta-feira, quase 500 operacionais, segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Segundo a última atualização da ANPC, às 12:15, estavam no combate ao fogo, com uma frente ativa, no concelho de Gouveia (Guarda), 468 operacionais, apoiados por 154 viaturas terrestres e sete meios aéreos.

Este incêndio está, segundo o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, a destruir uma zona com "forte importância ambiental e paisagística".

Em declarações à agência Lusa, o diretor do organismo no Centro, Rui Melo, explicou que o fogo está a avançar para uma área de floresta plantada há cerca de 80 anos e cuja "regeneração poderá demorar vários anos a ser conseguida".

"Naturalmente que estamos muito preocupados, designadamente com a área do Vale do Mondeguinho, porque estamos a falar de uma zona que tem forte importância ambiental, paisagística, florística, faunística e também turística", disse o responsável do ICNF, entidade que tutela o Parque Natural da Serra da Estrela.

Rui Melo destacou que "foi feito um forte investimento na rede viária e de defesa da floresta contra incêndios" naquela área, lamentando que nem isso tenha impedido a progressão das chamas, e acrescentou que é "prematuro" adiantar uma extensão da área ardida, mas referiu que esta é "efetivamente muito grande".

Já o vice-presidente da Câmara de Gouveia, concelho em que o fogo começou tendo depois  alastrado ao concelho de Manteigas, explicou que a principal preocupação se prende agora com o foco de incêndio junto ao cruzamento das Penhas Douradas.

"Ainda estão a alguma distância, mas se as chamas passarem a estrada, fica em risco uma área intensamente reflorestada", apontou José Cardoso, adiantando que até agora, naquele concelho, o fogo não ameaçou populações ou habitações.

Em Arouca, Aveiro, os bombeiros conseguiram dominar a reativação, às 07:53, do incêndio na freguesia de Canelas e Espiunca, que tinha iniciado na tarde de segunda-feira. 

Com uma frente ativa, voltaram ao local 138 operacionais, assistidos por 42 viaturas e dois aviões.

Desde as 00:00 de hoje foram registadas 53 ocorrências, cinco das quais em curso, de acordo com a mesma fonte. No total, estão no combate às chamas 524 operacionais, apoiados por 157 meios terrestres e nove aéreos.

A Proteção Civil só destaca na sua página na Internet incêndios com mais de três horas ou com mais de 15 operacionais.

Na terça-feira, a ANPC registou 209 incêndios que foram combatidos por 4.602 operacionais, com o apoio de 1.182 meios terrestres e 71 aéreos.


Chuva, humidade e descida das temperaturas pode auxiliar combate


O regresso da chuva, humidade e descida das temperaturas máximas nas regiões do norte e centro vão criar melhores condições para o combate aos fogos em Portugal, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.

“A maior precipitação, mais humidade e descida da temperatura hoje e quinta-feira vai contribuir” para o combate aos incêndios, disse à agência Lusa a meteorologista Madalena Rodrigues, do IPMA.

De acordo com Madalena Rodrigues, a mudança nas temperaturas teve início terça-feira, com uma descida acentuada das temperaturas, que se irá manter até sábado, sendo esperado para domingo o regresso de temperaturas máximas acima dos 30 graus.

“Hoje será um dia de períodos de céu muito nublado sendo especial por nuvens altas na região do sul. Prevê-se aguaceiros em geral fracos, a partir da tarde no litoral a norte do Cabo Carvoeiro e em especial no Minho. Amanhã [quinta-feira] será um dia de céu geralmente muito nublado nas regiões do norte e centro e na região a sul”, explicou a meteorologista.

Madalena Rodrigues adiantou ainda que os períodos de chuva fracos esperados para quinta-feira vão ocorrer a norte do sistema montanhoso Montejunto-Estrela e no litoral.

Quanto às temperaturas para hoje estão previstas temperaturas muito próximas das ocorridas terça-feira, dado que se assistiu a “uma descida acentuada dos valores da temperatura”, esperando-se para quinta-feira nova descida dos valores da temperatura entre quatro a seis graus.

Para sexta-feira e sábado mantêm-se as temperaturas a rondar os 28 e 29 graus Celsius, de acordo com a meteorologista, não se prevendo que até sábado as temperaturas atinjam os 30 graus, mas domingo já se prevê uma ligeira subida da temperatura.


Risco máximo para 12 concelhos


Doze concelhos de Portugal continental apresentam hoje risco máximo de incêndio, segundo informação do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) na Internet.

De acordo com o IPMA, o distrito da Guarda é aquele que será mais afetado, já que oito dos seus concelhos estão sob risco máximo de incêndio: Sabugal, Guarda, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Trancoso, Aguiar da Beira, Sernancelhe e Moimenta da Beira.

Também os concelhos de Pampilhosa da Serra e Arganil (Coimbra), Mação (Santarém) e Oleiros (Castelo Branco), apresentam risco máximo.

Destaque ainda para os concelhos de Barrancos, no Alentejo, e Alcoutim, Monchique em Loulé, no Algarve, que se encontram com risco muito elevado, assim como vários concelhos do interior norte e centro.

O risco de incêndio determinado pelo IPMA engloba cinco níveis, que podem variar entre reduzido e máximo.

O cálculo é feito com base nos valores observados às 13:00 em cada dia relativamente à temperatura do ar, humidade relativa, velocidade do vento e quantidade de precipitação nas últimas 24 horas.
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