Fogo em Vila Real: equipa da TVI obrigada a refugiar-se numa casa - TVI

Fogo em Vila Real: equipa da TVI obrigada a refugiar-se numa casa

  • CM/AM/AR- Notícia atualizada à 01:15 de quinta-feira
  • 9 ago 2017, 18:28

Perímetro do fogo circunscrito e meios reposicionados ao início da madrugada de quinta-feira. Pelo menos três aldeias estiveram na rota do fogo na quarta-feira. Autarquia ativou o Plano de Emergência Municipal

O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse que o perímetro do incêndio que lavra na serra do Alvão “está circunscrito” e que os meios "estão a ser reposicionados" no terreno.

A nossa expetativa é que consigamos controlar isto durante a noite para dar tempo para os meios aéreos atuem ao nascer do dia para ajudar a resolver os problemas que subsistirem”, afirmou à agência Lusa, cerca da 01:00.

No entanto, o autarca ressalvou que “há uma grande incerteza com o vento”, pois tanto “amaina como a seguir volta a soprar com velocidade e em sentidos diferentes”.

No alto da serra ainda há “frentes de fogo com algum impacto visual”, mas os meios estão no terreno a “tentar controlar” a situação.

A ajudar no combate ao fogo estão as temperaturas mais baixas que se fazem sentir esta noite. Para este fogo, que deflagrou às 16:27 de quarta-feira, na zona da aldeia de Paredes, estão mobilizados cerca de 450 operacionais, apoiados por 125 viaturas e ainda máquinas de rasto.

O combate foi reforçado com grupos provenientes do Porto, Braga, Bragança e Viseu e elementos da Força Especial de Bombeiros.

A Câmara de Vila Real ativou o Plano de Emergência de Proteção Civil Municipal às 21:26.

Por precaução, foram retiradas “entre oito a nove” pessoas de algumas aldeias, as quais, segundo Rui Santos, estão a regressar a casa.

Uma nota colocada na rede social Facebook do município informa que “não há registo de vítimas graves do incêndio que lavra no concelho e que não há danos significativos em habitações”. É ainda dito que a “ligeira melhoria das condições climatéricas tem permitido que a situação no terreno evolua favoravelmente”.

Outeiro era, ao início da noite desta quarta-feira, uma aldeia coberta de fumo e onde os residentes olhavam angustiados para o incêndio que rodeia a Serra do Alvão, com alguns dos seus habitantes concentrados junto a uma das entradas da localidade, expectantes com a proximidade do fogo, que avançava a grande velocidade, arrastado por um vento muito forte. Nesla localidade, os repórteres da TVI tiveram de refugiar-se numa casa devido à violência das chamas.

Muitos dos habitantes retiraram o gado que estava a pastar e levaram-no para a segurança da aldeia na encosta da Serra do Alvão e outros optaram por regar os quintais e os telhados das habitações, para prevenir o alastrar do fogo.

Cerca das 20:30 concentravam-se muitos bombeiros na entrada da aldeia e nas transmissões da rádio era possível ouvir pedidos de descargas rápidas dos meios aéreos para esta zona, onde, segundo a página da Internet da Proteção Civil, o fogo lavra em duas frentes.

O alerta para o incêndio foi dado às 16:27, perto da aldeia de Paredes.

O fumo intenso dificultou a atuação dos meios aéreos e chegaram a estar mobilizados oito aviões e helicópteros para o incêndio que queimava mato e pinhal, mas que deixaram de operar com o cair da noite.

Situação difícil em Abrantes

Um incêndio que deflagrou às 18:14 em Aldeia do Mato, União de Freguesias de Aldeia do Mato e Souto, em Abrantes, no distrito de Santarém, continuava ativo e com cinco frentes à 01:00 e a ser combatido por mais de 550 bombeiros.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da Câmara de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, presente no posto de comando em Carvalhal, disse que o incêndio "está a evoluir favoravelmente, porque o vento abrandou e a humidade apresenta níveis na ordem dos 70%", tendo referido que "não houve necessidade de evacuar aldeias nem de transferir populares", para locais mais seguros.

"Houve, a dado momento, o receio e a necessidade de proteger povoamentos e pessoas, devido à velocidade de propagação do vento, mas não chegou a verificar-se a necessidade de evacuar ninguém e o problema maior já passou", disse à Lusa a autarca, cerca das 00:50, relativamente a um incêndio que lavra naquele município.

O incêndio esteve às portas do perímetro urbano da cidade de Abrantes, na localidade de Paúl, mas, "felizmente, foi travado a tempo", referiu Maria do Céu Albuquerque, tendo reiterado que as condições atmosféricas que se registam esta madrugada "são um fator favorável ao combate, uma vez que o frio e a humidade, cerca 70%, vão contribuir para a resolução do incêndio".

Nesta ocorrêcia, uma viatura dos bombeiros de Sardoal foi atingida pelas chamas e ardeu parcialmente, sem feridos a registar.

O site da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) indica que às 00:50 estavam no local 550 operacionais, apoiados por 163 viaturas.

A Estrada Nacional (EN) 547 - Paúl/Chainça e a estrada que liga Abrantes a Sentieiras estão cortadas ao trânsito, segundo a página da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

De acordo com a ANPC, às 01:00 o incêndio encontrava-se em curso, o que significa que se encontra em evolução sem limitação de área.

Incêndio de Tábua novamente dominado

O incêndio florestal que deflagrou na terça-feira no concelho de Tábua, que esteve em fase de conclusão, mas se reacendeu esta quarta-feira, está dominado, disse o presidente da Câmara daquela vila do distrito de Coimbra, Mário Loureiro.

O fogo, que teve início na terça-feira, pelas 14:00, na zona de Várzea Candosa, na freguesia de Covas e Vila Nova de Oliveirinha, em povoamento florestal, essencialmente eucaliptal, foi dominado pelas 23:45, depois de ter sido combatido por cerca de 460 operacionais, apoiados por mais de uma centena de viaturas e dez meios aéreos.

Embora se tivessem mantido no terreno meios para trabalhos de rescaldo e prevenção, hoje, pelas 14:22, o incêndio reacendeu-se e o combate às chamas foi “muito complexo, devido ao muito vento no local e às muitas projeções", disse à agência Lusa, cerca das 17:30, Patrícia Gaspar, adjunta do comando nacional da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).

Nessa altura, as chamas estavam a ser combatidas por 424 operacionais, apoiados por 117 viaturas e sete meios aéreos, sendo a maior "preocupação a defesa e proteção dos habitantes de várias pequenas povoações muito dispersas", acrescentou a responsável.

Pelas 19:00, o fogo entrava entrou em fase de resolução, isto é, “sem perigo de propagação para além do perímetro já atingido”, e pelas 21:00 estava “dominado e já quase a entrar em fase de rescaldo”, disse à agência Lusa o presidente da Câmara de Tábua, Mário Loureiro.

A diminuição da intensidade do vento, a partir do final da tarde, contribui para “acalmar a situação”, tal como aconteceu na terça-feira, dia em que, no entanto, como hoje, foi essencial o trabalho de quem “coordenou as operações e combateu [o incêndio] no terreno”, sublinhou o autarca.

 

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