Ordem dos Médicos quer acrescentar mortes e internamentos à matriz de risco - TVI

Ordem dos Médicos quer acrescentar mortes e internamentos à matriz de risco

  • Henrique Magalhães Claudino
  • 14 jul 2021, 11:28
Miguel Guimarães

Indicador fornecerá ao país uma "fotografia diária, real, daquilo que está a acontecer"

O bastonário da Ordem dos Médicos apresentou esta quarta-feira uma proposta de um novo indicador para a evolução da pandemia que tem por base cinco factores: a incidência, a transmissibilidade, o número de internamentos em enfermaria e em Unidades de Cuidados Intensivos, tal como as vítimas mortais da covid-19.

Na apresentação, Miguel Guimarães sublinhou que este indicador fornecerá ao país uma "fotografia diária, real, daquilo que está a acontecer" e considera que a sua necessidade é "absolutamente essencial". Tudo porque, explica, a matriz de risco em uso "está ultrapassada e não consegue acompanhar a dinâmica da pandemia".

É um indicador que pode ser feito em casa e que vamos disponibilizar no site, qualquer pessoa pode ir lá e verificar em que ponto estamos. É colocar o Rt, a incidência, os internamentos em enfermaria, em cuidados intensivos e os óbitos”, afirma Guimarães, realçando que é um indicador democrático.

Miguel Guimarães afirma que o indicador tem por limite os "100 pontos" e que este limiar significa que é o momento em que se torna necessário fazer "alguma coisa de substancial".

O Bastonário indica ainda que esta nova matriz irá refletir de forma mais transparente o impacto da vacinação.  "A vacinação, de facto, tem sido uma mais-valia no combate à pandemia, Portugal tem sido um exemplo pela rapidez e aproveitamento da individualidade das vacinas. os cidadãos portugueses têm aceite ser vacinados", refere apontando para este problema que se tem mostrado comum no Reino Unido, Grécia e França.

A proposta hoje apresentada, que resultou de um “trabalho de equipa” de especialistas do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, não deita fora os dois indicadores existentes – incidência e transmissibilidade (Rt) –, mas complementa-os com mais três: letalidade, internamentos em enfermaria e internamentos em unidades de cuidados intensivos.

A atual matriz “é lenta” e “são precisos indicadores mais rápidos”, sustenta Henrique Oliveira.

Na mesma sessão, o bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, adiantou que a ministra da Saúde já recebeu a proposta de novo indicador e que esta sabia que havia uma equipa a trabalhar o assunto há mais de um mês.

“O Presidente da República já tem conhecimento [sobre o indicador], o Governo terá de decidir”, afirmou, sublinhando que a Ordem dos Médicos está disponível para prestar esclarecimentos sobre a nova ferramenta, que classifica como “democrática”, porque “pode ser feita em casa, por qualquer um”.

Sublinhando que aos especialistas compete “apresentar soluções e fazer recomendações”, o bastonário frisou que “era importante que quem tem responsabilidade olhasse e levantasse questões”.

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