Urgências: hospitais públicos recebem casos mais graves - TVI

Urgências: hospitais públicos recebem casos mais graves

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INEM quase não encaminha doentes para instituições privados

A maioria dos casos atendidos nos serviços de urgência dos hospitais privados são pouco graves, acontecendo o oposto nos públicos, o que em parte se deve ao facto do INEM não encaminhar para aquelas instituições os doentes.

A informação foi avançada à Agência Lusa por Micaela Monteiro, directora do serviço de urgência do Hospital Cuf Descobertas, em Lisboa, que no ano passado atendeu 58 mil adultos. «É uma média de 150 doentes adultos diários», pormenorizou.

Para Micaela Monteiro, o que distingue os serviços de urgência privados dos públicos é a frequência e a gravidade com que os doentes chegam.

Um quarto dos doentes chega aos privados com a classificação de urgentes, muito urgentes e emergentes, enquanto os restantes são casos pouco graves ou de doença aguda. «A gravidade tem um peso menor», reconheceu Micaela Monteiro.

Por outro lado, nos hospitais públicos a urgência é a porta de entrada de 75 por cento de doentes graves e um quarto menos graves, adiantou.

Para esta médica especialista em emergência, esta contabilidade deve-se ao facto de a maioria dos doentes atendidos nos hospitais privados ter seguros de saúde ou recorrer de uma forma particular.

Por outro lado, adiantou, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) não encaminha praticamente nenhum doente para as urgências privadas.

Para Micaela Monteiro, apesar de não ser fácil, os hospitais têm conseguido encontrar médicos para assegurar os serviços. «Vêm do público, que é onde é feita a formação», disse.

As urgências nos hospitais privados estarão em analise sexta-feira e sábado na primeira reunião sobre «Serviços de Urgência», organizada pelos Hospitais Cuf e que decorre em Lisboa.
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